segunda-feira, fevereiro 28, 2005

 

Os meus gozos

Gozo 1 – Deu-me um enorme gozo o esforço de adivinhação do Expresso esta semana relativamente à composição do novo governo. O silêncio do PS em relação a esta matéria é inédito. Nem uma fugazita.
E foi ver o Expresso, fonte geralmente bem informada, a atirar-se ao chão em palpites, à falta de melhor.
Gozo 2 – A cara dos auto indigitados para um tachito, agarrados ao telemóvel, olhando insistentemente para o display.
O raio do telemóvel que não toca. E eles que tanto fizeram na campanha. Sim, que esta vitória também se deve a eles.
E ainda lhes dói a mão de tanta palmadinha que deram nas costas dos notáveis, dos que decidem. Os quilómetros que percorreram para aparecerem em todo o lado.
Será possível?
Mas porque é que demoram tanto tempo?
Dentro de dias, quando se conhecer a composição do governo, tornar-se-ão ferozes críticos da actuação governamental: a inveja é má conselheira.

 

Desabafo

Quando conduzo nas ruas e estradas, quando ando pelos supermercados e centros comerciais, quando tento descansar no areal de uma praia ou quando leio alguns comentários ao que escrevo, pergunto-me se teremos alguma hipótese antes de passarem mais duas ou três gerações.
Não me refiro àqueles que discordam.
Aponto a dedo aqueles que avacalham, aqueles que, como dizia Henri Troyat, “são como a aranha, que empeçonha tudo aquilo em que toca”.
Às vezes apetece-me parar ou acabar com os comentários. Depois lembro-me de uma máxima do meu professor de Filosofia: “nunca a Lua há-de entender o brilho do Sol”.
Eu gostava de ser Sol, para iluminar certas luas eclipsadas.

domingo, fevereiro 27, 2005

 

Para desanuviar

Notícias das 13 na SIC: "capturado meio irmão de Saddam".
Espero que capturem a outra metade...

 

Eutanásia (1º)

Atenção: texto muito longo, recomenda-se uma caixita de Aspirinas à mão de semear.
Falar da eutanásia não é falar da morte, é falar da vida.
O problema centra-se exactamente naquilo que cada um considera como vida.
É que, conceito de vida, enquanto noção objectiva e universal, apenas existe no plano científico. Ora não é neste plano que se discute o problema: é no plano subjectivo e cultural.
É em questões como a eutanásia, o aborto, o divórcio ou as intervenções na vida humana, que mais se acentua a clivagem entre esquerda e direita.
Esta distinção entre esquerda e direita tem pouco significado para muitos dos que já encontraram a democracia feita e, felizes, não tiveram de saborear o ambiente de sacristia da direita anterior a 1974.
No entanto, as posições que se assumem perante as questões que referi são essencialmente políticas e fortemente condicionadas pelo nosso posicionamento político, que não apenas partidário.
Antes de 74, não só não eram discutidos estes problemas como a posição do Estado Português se perfilava pela posição “progressista” da Igreja: era indubitavelmente uma atitude de direita.
Nos tempos que correm, apesar de o Estado se assumir constitucionalmente como laico, continuamos a manter o alinhamento pela doutrina da Igreja.
A este facto não será alheia a tendência que os principais partidos têm demonstrado para conquistarem o centro do eleitorado. Como consequência, o próprio Ps tem sempre umas posições tímidas, envergonhadas mesmo, no que respeita a estas questões. Veja-se a posição que então Guterres tomou face ao referendo ou o evitamento destas questões por Sócrates nesta campanha, enquanto Santana tentava obrigá-lo ao debate, bem sabendo que uma atitude coerente iria retirar votos ao Ps.
Talvez por isso, porque não são só os nossos industriais que têm falta de tomates, a questão da eutanásia já está a ser discutida em Espanha, com a possibilidade de qualquer um poder emitir uma declaração que autoriza a eutanásia caso exista justificação, enquanto nós continuamos a olhar para o lado. E não me venham dizer que somos mais crentes do que os nossos vizinhos.
A questão, para mim, passa pela ideia de vida. E só concebo viver através da interacção com o mundo que me rodeia: pensando e sentindo, mas transformando ambos em acções.
Não consigo aceitar que se considere vivo alguém que limita a sua existência ao pulsar, muitas vezes assistido, do coração. Ao acto de respirar. Ao facto de conseguir processar algum alimento sintético que lhe vão fornecendo.
Se não consegue comunicar, se não manifesta qualquer interacção com os outros, então está tão vivo como as árvores que tenho à minha frente.
Não aceito que quem define vida na minha sociedade sejam indivíduos que optaram por prescindir de um amor concreto, de afectos práticos, em troca de um amor por algo imaterial, de uma dedicação absoluta ao espiritual.
Sou capaz de andar à pancada para lhes garantir o direito a serem como são, mas não lhes reconheço o direito de me imporem a sua visão do mundo e da própria vida.
Termina aqui a primeira parte do texto. Fica ainda por tratar a questão da eutanásia perante pessoas que passam décadas de sofrimento irreversível e que, estando conscientes, pedem para lhes por termo à vida.
Fica para o próximo texto.

sábado, fevereiro 26, 2005

 

Eutanásia

Uma manhã fria de Domingo há-de ser um bom momento para falar desta matéria.
Hoje não, que andam demasiados conceitos falsos no ar para se poderem desmontar a hora tão tardia.

 

Concurso internacional para fornecimento de tomates

Torna-se pública a abertura de concurso internacional para fornecimento de tomates.
Requisitos: os tomates terão de ser fornecidos aos pares, serem de cor genuinamente negra e não se deixarem atrair pelo grelo do Estado.
Destinatários dos tomates: empresários nacionais subsidiodependentes e orfãos das fronteiras fechadas.
Motivo do concurso: Os empresários de cutelaria de Guimarães pretendem lançar-se no fabrico de pequenos instrumentos cirúrgicos como tesouras e bisturis. Dizem que já fizeram um estudo de mercado (?), que com pequenas alterações as suas máquinas podem facilmente entrar nesta produção e que agora só querem contar com a ajuda do Estado. O seu objectivo é superar a crise actual.
Duas perguntas me ocorrem.
- Enquanto a mão de obra foi barata e, por isso, constituia um factor de competitividade, e a coisa ia dando para andarem de Ferrari, não se preocuparam em alargar a produção a novos mercados. Acordaram agora?
- Eu também estou a pensar em montar uma fábrica, mas exijo que o Estado me compre toda a produção. Não tenho o mesmo direito? Para quê correr riscos se posso contar com o preservativo público. Para quê dimensionar a produção por forma a competir nos mercados internacionais se o Estado me pode preservar de qualquer contaminação por parte de uma empresa estrangeira bem dimensionada, gerida por empresários já fornecidos de vegetais ao pendurão?

 

A crise das tascas

Parece que anda para aí uma crise danada nos cafés e restaurantes.
Segundo a Associação do sector, estão a fechar muitos e esta tendência é para aumentar.
Por mim, conheço vários que já deveriam ter fechado há muito tempo.
Por certo, como em quase tudo na economia, vão sobreviver os que merecem continuar.
Não vejo qual seja o interesse em manter aberto um estabelecimento onde nos atendem sem um bom dia, um faz favor, um obrigado. Onde nos presenteiam com casas de banho que, mesmo quando por milagre estão limpas, têm aspecto de pocilgas recuperadas à pressa.
O que vai fechar não é a tradicional e típica tasca portuguesa. Em regra, o que vai fechar são uns recintos onde pontua a falta de qualidade geral, onde faltam coisas para as quais não é necessário dinheiro: educação, simpatia, higiene…
Agora querem que o governo intervenha. Exactamente. Eu concordo: que tal um subsídiozito para a manutenção das moscas, um curso profissional abrangente para ensinar a distinguir um copo mal lavado, uma colher suja ou a manteiga rançosa? Proponho mesmo um curso acelerado de diálogos curtos do tipo: muito bom dia, faz favor de dizer.
É que esta coisa do “que é que quer?” foi chão que já deu uvas.
Post-scriptum: esta tendência que os portugueses têm de perpetuar a memória da sua existência não puxando os autoclismos, também não ajuda muito…

sexta-feira, fevereiro 25, 2005

 

Armadilha


Finalmente descoberta a verdadeira razão da demissão de Santana: achou que não tinha condições para continuar, depois de um malandro qualquer lhe ter trocado o papel higiénico.

 

Marretada insuperável

Nos MARRETAS:
«DE VOLTA ÀS MERDAS DO COSTUME
Em Leiria, além de insistirem em dar a maioria dos votos aos PSD, continuam a divertir-se a despejar cagalhões na Ribeira dos Milagres.
Ok, vocações não se discutem: respeitam-se.»

 

Quando os lobos uivam

Preparem-se porque o preço da pele de cordeiro vai disparar.
Em tom de cântico celestial, Filipe Menezes diz que a derrota resultou dos sucessivos erros da governação Psd e não apenas de Santana. Este, ao despedir-se de Jorge Sampaio, diz que o presidente da República teve razão ao dissolver a Assembleia.
Das duas uma: ou estão a vestir as peles de cordeiro ou já nos estão a besuntar com vaselina…
Pelo sim pelo não encostem-se às paredes, não vá o diabo tecê-las.

 

Desumano

Considero que a manutenção do Papa em funções no quadro de debilidade e sofrimento que já há algum tempo se tornou patente, é uma atitude pouco católica.
Noutros tempos criticava-se o facto de os dirigentes do mundo comunista serem todos gerontes já a deverem tempo à sepultura.
Acho estranho o silêncio que se tem feito em torno deste caso verdadeiramente desumano.
Desculpem-me a ironia: estarão à espera que um milagre ponha o Papa na situação saudável dos tempos em que fazia ski?
Por mim, quando surge na televisão, vejo um homem em grande sofrimento que merecia descanso.
As razões para a sua manutenção ficam comigo, não vá algum fundamentalista pôr-me uma bomba no blog.

 

Fábrica


Região de Bregenz (Áustria)
Clique na imagem para aumentar

Não parece, mas é.
Trata-se de uma fábrica num parque industrial próximo de Bregenz. O que se vê é uma tela da autoria de um artista plástico austríaco que envolve toda a construção, incluindo o próprio portão.
Neste parque industrial não se vê sucata acumulada, veículos ou equipamentos em desuso abandonados. Também não se ouve qualquer ruído que não seja o dos veículos que passam.

quinta-feira, fevereiro 24, 2005

 

Oferta pública

Oferece-se forte gripe, acompanhada de febres altas, a quem provar tratá-la bem, por forma que não fuja para o anterior proprietário.
Acessórios: medicamentos vários.

quarta-feira, fevereiro 23, 2005

 

Quotidiano

8,30 h. numa fila de caixa de pagamento.
Um tipo com ar boçal afirmava que a primeira medida de Sócrates seria acabar com as pontes e os feriados (raciocínio brilhante).
Afiançava que se ia passar a trabalhar ao Sábado.
Saltou-me a tampa e respondi-lhe que a segunda medida é um teste de inteligência à nascença e quem não atingir os mínimos é mandado para a América, como cobaia.
Não entendeu, felizmente, que era grande à bruta!

 

As notícias de Março

Os pasquins e os jornalistas de aviário vão ficar felizes nos próximos dias.
Vão contar as nomeações do PS nas primeiras 10.257 horas, nos primeiros dois trimestres, fazer o balanço do tal despesismo. Esqueceram-se de contabilizar as compritas do Portas.
É claro que isto só se passa com o PS porque, se num euro milhões eleitoral o BE ganhasse as eleições e sucedesse, por exemplo, ao PP, manteria todos os assessores, secretários e directores gerais do PP.
É claro para qualquer tipo, ainda que medianamente burro, que uma equipa governativa funciona tanto melhor quanto maior o número de adversários políticos, ou até mesmo inimigos, que tiver lá dentro.
Eu acho que Sócrates devia manter toda a equipa de apoio ao governo nomeada por Santana Lopes e Durão Barroso, talvez até mesmo os ministros, para evitar que se diga que ainda agora entrou e já está a fazer nomeações. Sugiro mesmo que partilhe o gabinete com Santana: sempre alegra o ambiente.
Nesta linha, por exemplo, e para voltar aos tempos de glória, Pinto da Costa já está a ponderar seriamente contratar um treinador pago pelo Benfica, um massagista pago pelo Sporting, um ponta de lança pago pelo Boavista e três defesas pagos pelo Braga. O guarda-redes será o antigo titular do Carrazeda de Ansiães, um conhecido maneta que depois de ter caído de um andaime ficou com uma perna torta. Este tipo tem como particularidade não ser simpatizante de qualquer clube: apenas inimigo figadal do FC Porto.

terça-feira, fevereiro 22, 2005

 

Anais fadistas

Na Assembleia da República já havia um pouco de tudo, mas... faltava um fadista. Santana tratou do assunto e conseguiu que Nuno da Câmara Pereira fosse eleito pelo PPM.
Como não se lhe conhece empenhamento político, presumo que, se alguma vez o deixarem falar na assembleia, se fará silêncio porque se vai cantar o fado.
Ah fadista!!!
Já antevejo os seus próximos sucessos:
"O fado da privatização da água"
"O fado da liberalização dos despedimentos"
"O fado da virtude monárquica"
"O fado do Ferrari a quem o trabalha"
"O fado cada banqueiro um hospital"
"O fado zona franca das Berlengas, já"
Um homem que por certo ficará nos anais da Assembleia. Mas esta terá uma forte prisão de ventre...

 

Desenganem-se

E se pensam que cá o moço se vai calar por ter ganho um partido da minha simpatia política, desenganem-se: vou morder ainda com mais força.
A explicação é mais ou menos esta: de um ladrão espera-se que roube, de um polícia espera-se que seja honesto.
A guerra continua enquanto for necessária. Se algum dia isto entrar na normalidade, mudarei o nome do blog para "Votem nos filhos que estou a ficar sem temas".

 

Faça-se justiça


Quem deve ter desatado aos pulos de contentamento com os resultados eleitorais foi Jorge Sampaio.
Ao dissolver a Assembleia intuiu o sentir dos portugueses. Estes confirmaram a sua decisão de uma forma mais do que evidente: não era o Presidente que não queria este governo, eram os portugueses, como se viu.
Não ouvi ainda nenhum dos críticos de Sampaio dar a mão à palmatória e reconhecer o próprio erro.
O pior é que os que o apoiaram na decisão também parece terem-se esquecido.
Ficará a Sampaio a consciência do dever cumprido, independentemente dos agradecimentos.

segunda-feira, fevereiro 21, 2005

 

Uma questão de prioridades


Pormenor de uma escola numa pequena cidade da Áustria.
(clique na imagem para a aumentar)

Disse-o há poucos dias e repito-o: um dos problemas fundamentais do nosso país, não apenas dos governos mas também da maior parte dos governados, está na definição de prioridades.
A imagem possível quando se está sob uma temperatura de seis graus negativos, mostra como um país e o seu povo se devem encarar a si próprios: esta é uma das várias escolas de uma pequena cidade austríaca denominada Bregenz.
São todas do mesmo nível de conforto, funcionalidade e equipamento.
Todos os serviços prestados pelo estado à comunidade têm idêntica qualidade.
Se tivessem optado por construir um estádio da dimensão dos que nós disponibilizamos para o Euro, não teriam orçamento para o essencial e, provavelmente, teriam uma sublevação popular.
Quantas escolas e centros de saúde, equipamentos culturais e efectivamente desportivos se teriam construído com o preço do inútil estádio de Faro?
O nível geral da população portuguesa, a sua preparação para uma economia global, ficaram melhores com os estádios grandiosos?
É uma questão de sensatez na escolha das prioridades.
Vamos ter de conversar muito seriamente daqui para a frente. Nós merecemos uma atitude séria.

 

Comentário eleitoral (3)

O resultado do PCP demonstra que a decisão dos portugueses não se traduziu apenas numa punição a este PSD/PP.
Parece que os portugueses entenderam que as práticas da direita nada de bom lhes podem trazer.
A mesma reflexão pode ser aplicada ao BE.

 

Comentário eleitoral (2)

E o prémio para a melhor interpretação vai para: Paulo Portas.
Consciente da derrota, não se demitir e procurar a justificação nos erros do companheiro de coligação iria fragilizar a sua posição dentro do PP.
Em congresso, será obviamente reconduzido e calará qualquer foco de contestação interna.
O homem não é burro de todo.
O seu discurso pode ser resumido nestes termos: adeus, já volto.

 

Comentário eleitoral (1)

Estou convencido que, se as eleições fossem repetidas hoje, o Psd teria um castigo ainda maior.
É que, depois de Santana ter transformado a campanha numa odisseia pessoal, o facto de não se demitir terá evidenciado a sua verdadeira personalidade.
Sem qualquer ironia, considero que o estado de espírito de Santana se está a denunciar como sendo do foro psiquiátrico.
É importante para o país que o Psd se recomponha rapidamente e se constitua como oposição credível.

 

Expectativas

Sem querer comparar pessoas, espero que não aconteça com Sócrates o que está a acontecer com Lula no Brasil.
Quanto maiores são as expectativas, maior é a desilusão.
É bom que os portugueses não exijam demais e demasiado depressa de um país que não pode, de repente, dar tudo o que é necessário e urgente.

domingo, fevereiro 20, 2005

 

As minhas previsões

Isto de fazer previsões de resultados eleitorais é mais ou menos como o totoloto: nunca acerto em mais de três números.
Mesmo assim, e enquanto os peritos não lançam as suas previsões, aqui vão as minhas.
PS - Vai ter maioria absoluta com o maior resultado de sempre (responsabilidades acrescidas).
PSD - Terá o pior resultado de sempre: os portugueses não são tão estúpidos como se pensa e darão a Santana e ao Psd, que o deixou trepar, um castigo óbvio.
PCP - Vai manter, ou mesmo aumentar, a sua votação: apesar de as suas ideias serem o que são, o facto de não andarem constantemente a mudar as teorias e a imagem genuína do seu líder, podem dar resultados positivos.
BE - Vai subir, mas não tanto como pensa: o conteúdo da sua campanha, pela primeira vez, vai prejudicá-lo.
CDS - Não deve ter grandes alterações. Se existirem, então será à custa do tal descalabro do PSD.

 

Discurso de Santana logo à noite

Vou partir do pressuposto falível que o Psd perde as eleições (remember Bush).
1ª Versão – Santana tem mais votos do que teve Barroso.
Portuguesas e portugueses, considero os resultados eleitorais uma derrota do Psd mas uma vitória pessoal.
Perdoem-me a imodéstia mas, não tivessem sido as traições, os boatos, as infidelidades e certamente teríamos tido um resultado histórico.
Lá estarei no Parlamento para impedir que o Ps destrua aquilo que nós estávamos a fazer com tanto empenhamento.
2ª Versão – Santana tem menos votos do que Barroso e uma derrota histórica do Psd.
A mesma treta mas com um ataque feroz àqueles que dentro do Psd o criticaram, de Cavaco Silva a Pacheco Pereira, tudo corrido como responsáveis pelos resultados.
Uma particular atenção para o Presidente da República, perdendo completamente a compostura, considerando-o o principal responsável pela interrupção da sua brilhante carreira de 1º ministro.
Regressa à Câmara de Lisboa e retoma o seu sonho de ser Presidente da República.

sábado, fevereiro 19, 2005

 

Despesismo?!

Portas, que decerto estudou economia, vislumbrou aqui a oportunidade de sonho para a retoma e não teve mãos a medir:
- 800 milhões de Euros em 2 submarinos alemães.
- 500 milhões de Euros em 40 Aviões de guerra F-16 americanos
- 344 milhões de Euros em 260 tanques de guerra
- 440 milhões de Euros em 12 Helicópteros EH-101 para o exército.
- 356 milhões de Euros em 12 aviões de transporte militar médio.
- 200 milhões de Euros em 2 fragatas americanas da classe Oliver Hazard Perry com mais de 20 anos de uso.
No Citadino

 

Bom dia lusitanos

1. Pela foto do post anterior já percebem porque é que não temos chuva: não chega cá.
2. A minha curiosidade de hoje é saber se o Expresso dá uma ajudinha simpática, estilo Independente, ao Santana, publicando na 1ª página qualquer notícia oriunda de fonte geralmente bem informada.
3. Quando Cavaco foi ao congresso do PSD na Figueira da Foz fazer a rodagem ao seu Citröen BX, quantas pessoas sabiam quem ele era?
4. Amanhã de manhã vou escrever a antevisão do discurso de derrota de Santana, pondo-me na posição dele (vou-me ver danado para escrever e fazer o pino ao mesmo tempo).
5. Será que, ao jeito do que aconteceu com um certo presidente do Benfica, a partir de amanhã vão saltar para as páginas dos jornais todos os episódios de Santana Lopes na Câmara da Figueira da Foz? Era giro.

 

A propósito de Lúcia de Jesus


Bregenz, Áustria (Se carregar na imagem, ela aumenta)

Estive estes dias na Áustria, onde não ia há uns bons sete anos.
País fraquito, com uns estádios de futebol do mais ranhoso que se possa imaginar… Mas tem umas escolas!!!
Sobre a Áustria aqui tecerei algumas considerações em época mais propícia, até porque ainda tenho o cérebro em recuperação depois de ter levado em cima com o maior nevão dos últimos cinquenta anos por aquelas bandas.
Não levei computador, não me liguei à net, e a única notícia que me chegou via telemóvel, foi a da morte da Irmã Lúcia e de Santana Lopes ter abandonado um jantar com um ar consternado de putanheiro subitamente convertido.
Não sei como não se decretou feriado nacional nem se lhe atribuiu nenhuma medalha de mérito turístico: sim, que ninguém fez tanto pelo turismo nacional como ela e os manos.
Mas estou aliviado por não ter estado cá. Entre outras razões que mais tarde explanarei, porque ao ler os mails que Pacheco Pereira publicou no Abrupto contendo ataques de ódio clubístico-partidário, palpita-me que me livrei de umas boas irritações aqui no bordel. Como diria o Cavaco: chiça!!!

 

Não votem não...


Não consigo resistir a reproduzir aqui este conjunto de razões para não votar PSD.

quinta-feira, fevereiro 17, 2005

 

Voltei

Amanhã a guerra continua.

sexta-feira, fevereiro 11, 2005

 

Adeus, até ao meu regresso...

Caros leitores: vou-me embora, felizmente!
Durante uns dias não terão o incómodo das minhas reflexões, do meu apontar de dedo em riste, fustigando quem quer que pretenda fazer de nós parvos.
Estou farto do nojo das pessoas que se deixam arrastar pelo vazio de meia dúzia de frases bombásticas de um Santana que, teimosamente, pretende prolongar o Carnaval.
De um Portas que se disfarça de homem do povo e encharcado em perfume espalha a boa intençãozinha pelos mercados e feiras.
De um Louçã que se rebaixou ao campo da demagogia e afastou da sua campanha aquilo que eram os verdadeiros motivos da simpatia que gerava.
De um Sócrates que não tem a coragem de dizer: confiem em mim. Em vez de dizer que devolve a confiança aos portugueses.
De uma investigação judiciária que me cheira a encomenda oportuna para queimar o PS, à semelhança do que aconteceu com a tentativa de envolvimento de Ferro Rodrigues no processo Casa Pia.
Vou para as terras frias do centro da Europa, onde o limite de velocidade é de 130, mas a 131 multa-se: a tolerância zero é uma atitude, não uma excepção, num país onde as coisas não são mais ou menos – ou são ou não são.
Onde as pessoas vêem o trabalho como uma tarefa e não como um suplício.
Onde os patrões vêem os trabalhadores como colaboradores e não como um empecilho que se tem que aturar com o mínimo de incómodo.
Onde não se trabalha e se discute ao mesmo tempo a telenovela das 21 ou a última contratação do clube lá do sítio.
Um país que tem péssimos estádios de futebol, mas excelentes hospitais e escolas com aquecimento, computadores e tudo.
E, quando voltar, vou encontrar o país ainda entretido com a última variedade atirada para a arena da campanha, para ver se o pessoal se esquece que gastamos mais do que produzimos, que não existe nenhuma lei que impeça as fábricas de se deslocalizarem, que não basta ter-se o poder, é preciso exercê-lo em função do bem comum e não daqueles que connosco fizeram campanha.
Até que isto bata no fundo já à vista.
Adeus, até ao meu regresso.
Bom fim-de-semana.

 

Os meus receios com o PS

Qualquer pessoa com bom senso e que não sofra de cegueira clubista, entende que Santana não tem carácter para ser primeiro-ministro. Falta-lhe a postura, mas falta-lhe principalmente honestidade intelectual. Isso viu-se na sua governação e vê-se na sua campanha.
Quanto a Sócrates, há que distingui-lo do PS: se bem o conheço, não tenho dúvidas das suas boas intenções nem da sua tenacidade que raia quase a teimosia.
Já tenho dúvidas que o PS que conheço lhe deixe fazer o que pretende.
Tenho fortíssimas dúvidas que tenha a força necessária para enfrentar um partido que, à semelhança de qualquer outro com probabilidades de formar governo, tem uma onda de fundo de oportunistas incompetentes que irão pressionar para obterem um tachito.
Se este quadro, que é recorrente tanto no PS, como no PSD, como no PP, se vier a repetir, então fica desde já o meu aviso convicto e veemente de que dentro de mais três anos estaremos numa situação que nos fará parecer a actual um verdadeiro paraíso.
Sócrates tem de aplicar toda a sua teimosia para evitar esse assalto ao poder e aos lugares da administração de quem tem como único mérito a militância política.
Vou votar PS. Mas cá estarei para, sem apelo nem agravo, dar ao futuro governo o tratamento crítico que dei neste blog ao de Barroso e ao de Santana.
Se assim não for, lá terei que mudar o nome do blog...

 

A honra perdida

Eu próprio nutri alguma simpatia pelo Bloco de Esquerda. Aquela simpatia que nos inspiram os cavaleiros andantes, os que falam pelos que não têm voz, os que trazem para a ribalta aqueles que não queremos ver, porque nos incomodam…
As campanhas do Bloco têm sido quase poéticas e essa virtude ninguém lhes pode retirar.
Acontece que, pela primeira vez, o Bloco se vê confrontado com a incoerência entre as propostas que faz e as soluções indispensáveis para o momento que, a não serem tomadas com carácter de urgência, comprometerão o futuro, mais do que já está.
Como economista que sabe fazer contas, Louçã não pode dizer que o problema se resolve com o justo combate à evasão fiscal: Essa é parte da solução, mas de pequena monta para a dimensão do problema.
Louçã sabe bem que o orçamento do Estado está sobrecarregado tanto pela má gestão como pela existência de organismos duplicados e outros absolutamente inúteis. Sabe que é urgente reconstruir a administração pública no sentido de a reduzir àquilo que é indispensável para manter padrões indispensáveis de justiça social. Não mais do que isso.
Sob pena de andarmos todos a trabalhar apenas para sustentar o funcionamento do Estado ou pouco mais.
Quando, conscientemente, se fazem propostas e se defendem princípios que se sabe serem impraticáveis, essa atitude tem um nome: demagogia.
E tenho pena de ter de dizer isto de quem poderia ser o motor de uma genuína lufada de ar fresco ao nível da renovação de mentalidades e assim se está a si mesmo a denegrir.

quinta-feira, fevereiro 10, 2005

 

A hipnose do Bloco de Esquerda

A fábula do post anterior só não é uma verdadeira fábula porque os animais que lá aparecem têm bilhete de identidade, cartão de eleitor e tudo.
Tem como destinatário principal o Bloco de Esquerda.
A razão é simples: certo de que nunca chegará ao poder, vai criticando o que está mal, descobrindo tudo quanto é podre na nossa terrinha, defendendo todas as medidas necessárias para tornar este país no paraíso desejado por todos os povos.
Esta atitude é meritória, só é pena ser irrealista.
Alguém já ouviu o Bloco apresentar uma única medida dizendo simultaneamente, com contas e fundamentação objectiva, onde vai buscar o dinheiro para esses desideratos tão legítimos? Para esses anseios populares há tanto tempo refreados?
A última vez que ouvi uma proposta concreta de um representante do Bloco, foi através de Fernando Rosas que defendeu que o Estado devia aumentar as suas despesas.
Francisco Louçã é economista, portanto só pode andar a enganar as pessoas a quem se dirige. Sim, que eu não acredito que não saiba o que diz.

 

A fábula do bloco encantado

Era uma vez um pai que tinha quatro filhos.
Como era um tipo irresponsável, apesar de ser o único sustento da família, gastava mais de metade do dinheiro que ganhava (que já de si era pouco) em copos, roupas caras e disparates perfeitamente dispensáveis, entregando o resto aos filhos para que se governassem.
Como era bruto que nem portas, não admitia que ninguém questionasse o seu estilo de vida e as consequências para os esfomeados filhos. Muito menos admitiria que os próprios filhos levantassem essas questões.
Assim sendo, os filhos discutiam entre si o que fazer para resolver o problema e deixarem de passar fome.
Um deles, deslumbrado pelo estilo de vida do pai, e querendo seguir-lhe as pisadas, dizia que não havia problema nenhum, que os manos eram uns más-línguas e que não compreendiam a subtileza da orientação de vida do pai. Este mano, puto de mau carácter, surripiava comida quando podia e, à custa de muita graxa, lá ia sacando mais uns cobres ao pai. Mas quem o ouvisse diria que era o maior dos desgraçados, vítima da gula e má vontade dos irmãos.
Outro, tirava à barriga para comprar jogos de computador, jogos de guerra, apoiando-se nas tão propaladas quanto falsas convicções religiosas, para embalar os manos na ideia de que era tudo em nome da firmeza de convicções. Às escondidas ia dando uma ajudita às manobras do mano gastador.
Um terceiro mano, entretinha-se em diagnósticos, prometia grandes mudanças, sabendo porém, no mais fundo do seu íntimo, que os manos lhe fariam tal guerra que as mudanças seriam impraticáveis. Que tudo iria ficar na mesma.
O quarto mano, moço dotado de um sorriso simpático, de uma jovialidade cativante, enumerava em permanência os problemas, berrava a plenos pulmões as desgraças da família, e apresentava soluções e medidas que convenciam todos os que o ouviam.
Sem tocar nas despesas do pai, propunha que a casa passasse a ter ar condicionado porque no Verão não se conseguia dormir, aquecimento central para evitar as tão desagradáveis constipações, um automóvel para cada um para aumentar a sua produtividade, alimentação completa e variada sem corantes nem conservantes e, luxo dos luxos, um seguro de saúde para todos.
É certo que nunca ninguém o ouviu dizer onde ia buscar o dinheiro para tão agradáveis soluções nem alguém o ouviu sequer sugerir que, numa atitude de coragem e coerência, – que o modo de falar sugeria – confrontasse o pai com as suas responsabilidades e o obrigasse a conformar as suas despesas com as normas do bom senso familiar.
Certo de que nunca daria esse passo definitivo, comprazia-se em dizer aquilo que todos queriam ouvir. E ficavam todos felizes: esfomeados, mas felizes.
Este mano tem um nome: chama-se Francisco Louçã.

 

O lado certo da história

Segundo Santana «Portugal esteve do lado certo da história» na participação no Iraque.
1º Lado certo: De facto, iniciou-se a invasão do Iraque para encontrar armas de destruição massiva que se veio a confirmar não existirem.
2º Lado certo: O Iraque era o centro do terrorismo internacional mas os actos terroristas não diminuíram e, que se saiba, o Bin Laden não estava lá. A propósito: Bush desistiu de capturar o responsável pelo derrube das Torres Gémeas?
Lado mais certo do que este, não pode existir…
A história dirá aquilo que já se sabe.
Será que o Irão é o próximo lado certo?

terça-feira, fevereiro 08, 2005

 

Palavras de Pacheco Pereira


«Santana Lopes comenta questões eleitorais (nem sequer grandes questões, mas questiúnculas de campanha, manipulações orientadas a propósito de Cavaco Silva, ataques a Freitas do Amaral e José Sócrates, etc.) como Primeiro-ministro em S. Bento, numa conferência usando os meios do Estado e o lugar do Estado, num dia em que disse não ir fazer campanha por causa do Carnaval. Estará assim presente, em matéria estritamente eleitoral e partidária, em todos os noticiários, falando como Primeiro-ministro. Já não falo da ilegalidade de tudo isto, mas da falta de dignidade e de sentido de estado…Já não há Comissão Nacional de Eleições, nem Presidente da República, nem leis, nem tribunais? Pode-se fazer o que se quer? Se calhar pode.»
No Abrupto.

 

Stress


É o que dá ler o blog do Santana num dia consagrado ao descanso.

 

Da falta de ideologia dos líderes

Muito se tem falado, quer nos blogs quer na comunicação social, da falta de ideologia dos actuais líderes políticos.
Embora no caso de Santana essa falta seja desde sempre patente, reduzindo-se toda a sua actividade a um percurso de ambição pessoal no domínio da ascensão ao estrelato, no caso dos restantes líderes, não me parece que assim seja.
No momento actual de campanha, em termos práticos, não me parece que os portugueses queiram ouvir falar de ideologias: a situação de miséria nacional, de completa desorientação governativa, de golpada permanente, são de tal modo graves, que os eleitores querem de facto ouvir propostas concretas de resolução dos problemas a curto prazo.
Discutir ideologias, significa definir o rumo que um país deve seguir a longo prazo, delinear que tipo de sociedade queremos. Não me parece que o actual momento seja apropriado para essa escolha.
E, no entanto, essas ideologias estão subjacentes a algumas das propostas eleitorais do momento. No caso dos dois maiores partidos, a escolha será entre um modelo de privatização total, macaqueando o modelo americano, e um meio-termo de sector privado forte, mas com políticas sociais.
As designações dos partidos portugueses são enganadoras. De momento temos um partido que se diz social-democrata e é, na realidade, neo-liberal, e um partido que se diz socialista e é de facto social-democrata.
Mas alguém acha que seria possível discutir seriamente ideologias com Santana Lopes?
Já agora: acham que daqui por uns anos, com a preparação que estamos a dar aos nossos jovens, será possível discutir ideologias ou discutir-se-ão apenas receitas de um menu previamente elaborado a partir de modelos tecnocráticos?

segunda-feira, fevereiro 07, 2005

 

As fugas segundo o animal

De acordo com o Animal dos Marretas, o esquema é este:
Um fugiu em 2001
Outro fugiu em 2004
Próxima fuga: em 2007

 

Faz favor

Fazem o favorzinho de não dizer asneiras nos comentários: isto é um blog sério, como se vê pelo título.

 

Está certo!

Por uma vez estou de acordo com Santana, ao ter decidido interromper a sua campanha durante o Carnaval. É que a distinção entre estas duas actividades não é nítida.
Pelo menos não o é ao nível da retórica.

 

Post de Carnaval


A escolha cá do bordel...

 

Interrogação "profunda" do dia

Porque é que o Partido Socialista se chama PS, o Partido Comunista Português se chama PCP enquanto o Partido Social Democrata e o Partido Popular se chamam PPD/PSD e CDS/PP?
Não têm bem a certeza do que são ou trata-se de um champô que lava e amacia ao mesmo tempo?

domingo, fevereiro 06, 2005

 

Eles andam aí: abriguem-se

Ouvi atentamente a intervenção de Alberto João no comício de Castelo Branco.
Lamento mas, por mais que pense, não consigo comentá-lo. Desde as dezanove horas que estou nisto e não consigo.
Até já bebi meia garrafa de vinho para ver se me punha ao mesmo nível e nada.
Só me vêm à ideia aquelas coisas das corporações, da banca, do socialismo…
Fica-me apenas uma ideia e, mesmo essa, ao nível da suspeita: dava jeito um upgrade à cabeça do homem.
Em consequência, acho que vou ter pesadelos: creio que vou sonhar com comunistas a comerem criancinhas acompanhadas de laranjas amargas… Eles andam aí!
Ou será que aquilo que eu ouvi na Tsf eram excertos do levanta-te e ri?

 

Grande espectáculo: não faltem!


Alberto João vai ao Comício de Castelo Branco demonstrar o seu apoio a Santana Lopes.
Não faltem, que o discurso terá o brilhantismo do costume (sobretudo se for após a refeição) e acentua-se o como e quem apoia Santana.
Será o Bucha e o Estica em directo!

 

Votem, pela vossa rica saúde...

Ouve-se dizer com demasiada frequência que não se vai votar ou que se vota em branco ou ainda que se vota mas se escrevem umas bacoradas no boletim de voto, o que torna o voto nulo.
Por maior que seja o descontentamento quer com a situação do país quer com o comportamento dos partidos, não aceito nenhuma das posições referidas.
As razões parecem-me óbvias.
1 - Quem não vota, numa democracia representativa como a nossa, abdica de um dos raros momentos de participação política que tem ao seu dispor.
2 – Passa um cheque em branco àqueles que votam para, em seu nome, decidirem quem e como deve governar.
3 – O argumento de que os políticos são todos iguais, não colhe: ninguém em seu perfeito juízo poderá dizer que Sócrates é tão agarotado, trapalhão e demagogo como Santana.
4 – O descontentamento com a classe política reside basicamente naqueles que se posicionam na esquerda e centro esquerda, logo, a abstenção e o voto em branco favorecem a direita e o centro direita, o que, na prática, é o mesmo que indirectamente votar em Portas e Santana.
5 – Dizer-se que o PS não demonstrou aptidões para governar bem, é esquecer que o PS nunca teve uma maioria absoluta, nunca teve liberdade total para aplicar as suas políticas. Ao contrário, o governo que agora sai teve três anos de maioria e, para além das trapalhadas que lhe são conhecidas, não conseguiu o único objectivo que tinha: controlar o défice. Mas conseguiu destruir a economia.
6 – Seja qual for o Partido que ganhe as eleições, deve ganhar com maioria: só assim se pode exigir responsabilidades, sem desculpas com o bloqueio das oposições, castigando-o no fim do mandato.
7 – É imprescindível que o PSD saia fortemente punido nestas eleições: só assim se poderá motivar a discussão interna capaz de recriar um PSD normal e sensato, imprescindível ao equilíbrio de forças na política nacional.
Votem em quem vos apetecer, mas votem.
Não votar significará, muito provavelmente, continuar a adiar as medidas indispensáveis a uma condição de país normal.
Quem não vota, perde legitimidade moral para criticar as opções governativas.

sábado, fevereiro 05, 2005

 

Desejar é fácil

Santana Lopes diz que quer Miguel Cadilhe no seu governo. Não quererá também Cavaco Silva como ministro das Finanças?
Eu quero o Mourinho outra vez no F.C. do Porto e quero a Sharon Stone na minha cama durante o Carnaval.
E uma casa na Quinta do Lago.
E uma ilha Grega.
E um veleiro de trinta metros.
E um primeiro ministro que não seja agarotado.
Ó Santana, vai à merda...

 

É mentira, não é?

Esta NOTÍCIA é mentira, não é?
SIC Vai Recrutar "Gays" para Melhorar Imagem de Heterossexuais.
Só falta que contratem prostitutas para, em directo, melhorarem desempenho conjugal.
Faltará?

 

Irresponsabilidade, deslealdade, etc.

David Justino, ministro da educação de Durão Barroso em carta dirigida a Santana Lopes. O texto completo na Quarta República.
(Excertos)
Lamentavelmente, o Sr. Primeiro-ministro nem sequer pensou nas suas responsabilidades políticas ao nomear uma equipa sem experiência, sem competência adequada ao cargo e sem capacidade política, para lidar com um problema já de si complexo e delicado como o passado havia revelado. Estas maldades não se fazem aos inimigos, quanto mais aos amigos.

Chama-se a isto irresponsabilidade!

Lamentavelmente, o Sr. Primeiro-ministro desde cedo deu sinais de querer desculpar-se com “o governo anterior”.


Chama-se a isto deslealdade!


Eu assumi as minhas responsabilidades. Quando é que o Sr. Primeiro-ministro assume as suas?
Não me surpreenderá a sua reacção a este testemunho. Possivelmente passarei a integrar a classe dos franco-atiradores, dos social-democratas que não gostam de si e que lhe fazem a “vida negra”. Mais um a dar pontapés na incubadora. Pode crer que o faço com muita honra, na defesa de valores que sempre encontrei no PSD e que não encontro na sua conduta.


 

É um gozo dos diabos matá-los

Palavras do general americano James Mattis, acerca da sua intervenção no Afeganistão.
Mais um brilhante defensor e respeitador dos direitos humanos.
Com tão elevado sentido humanístico, proponho este homem para o prémio Nobel da paz.
Dou integral razão a Paulo Portas: há que apoiar estes homens quando vão para a guerra!!!

 

Votem nas putas multinacional

Encratafiei ali debaixo do camião uma coisa para demonstrar que não é só o Abrupto que é lido nos quatro cantos do mundo: carregando no mapa vê-se a origem dos leitores em tempo real.
Se alguns passarem esta coisa para inglês, vão apanhar uma barrigada de riso, porque a tradução do Google é verdadeiramente hilariante.
Modéstia à parte, sendo o autor deste blog um notável desconhecido, os resultados até que nem têm sido maus: somando os actuais 48.203 acessos no Sapo, desde Abril de 2004 aos actuais 17.334 desde que, em Outubro passado, o blog mudou para aqui, temos quase 66.000 hits.
Estou-me a gabar? E não posso? Faz-me bem ao ego...

 

O achincalhar da política

A estratégia de Santana ficou ontem bem clara na entrevista à RTP.
Se até aqui temos tido a campanha da calúnia, vamos passar a ter a campanha espectáculo. Eu explico.
Existem duas razões para que este PSD em versão Santana Lopes não faça uma campanha séria e esclarecedora.
1ª - Santana tem uma natural vocação comiceira. Homem de paleio fácil, argumentação rápida, faz do dom da palavra (no pior sentido da expressão) a sua grande arma. Se tivesse seguido advocacia, seria capaz de provar em tribunal a virgindade perene da Cicciolina, caso conseguisse fugir à prova material dessa condição. Absentista no domínio das ideias, errático nos conceitos, resta-lhe a proverbial verborreia, já que os factos o desmentem.
2ª - Tem necessariamente de fugir à memória recente da sua governação, criando uma cortina de fumo baseada na política espectáculo, esconder o seu raciocínio errático, a sua imprecisão de conceitos. Sabe-o ele e sabem-no os seus assessores de campanha, como ontem se provou.
A sua afirmação ontem várias vezes repetida de que vai ganhar as eleições, vai ser a tónica dos seus comícios: transformá-los em campanhas alegres, se preciso for pondo o Toni Carreira ou outro qualquer valor “cultural” na abertura. Esta dinâmica de vitória e de ataque soez aos adversários, motivará algumas pessoas.
Os seus objectivos políticos estão traçados: ultrapassar os últimos resultados eleitorais para evitar a contestação interna e impedir uma maioria absoluta do PS para poder impedir uma governação tranquila.
A campanha de Santana é o achincalhar da política.

sexta-feira, fevereiro 04, 2005

 

Reflexo divino


Foto de Carlos Pinto Coelho
Há imagens que me levam a suspeitar, ainda que levemente, da existência de Deus.

 

Comprem camelos


Foto de Bart Aldrich
Com esta seca, a melhor coisa é começar a pensar em comprar camelos.
É aproveitar, enquanto não lhe aplicam a duplicação de impostos em uso nos automóveis.

 

Não ando sem ideias...

ando sem tempo...

quinta-feira, fevereiro 03, 2005

 

Proposta de voto

Se gostas de submarinos, se achas que o país melhora com mais chaimites, se consideras que um barco cheio de mulheres deve ser vigiado por corvetas de guerra, se achas que as mulheres que abortam devem ir presas, se vês com bons olhos que se proponham projectos industriais para instalações alheias, vota Paulo Portas.
Aceitam-se mais fundamentos para o voto nesta glória da modernidade.

 

Frase do dia (por enquanto)

«Esperemos que no debate de logo à noite Sócrates não se venha fazer de vítima e discuta os problemas do país»
Zita Seabra na TSF
Nota de rodapé: o que é uma Zita Seabra?

 

O Che Guevara do Partido Popular

Luís Nobre Guedes, o ainda ministro do ambiente, em declarações a uma rádio regional, apelou à sublevação da população de Coimbra, no sentido de impedirem a entrada de Sócrates no concelho.
Sendo ministro e vindo do PP, fica-lhe mal esta atitude, mais própria do Che (sem ofensa para este).
A título de retaliação, proponho que o pessoal da Serra da Arrábida lhe vede a entrada no parque natural, até que reduza a “casita” ilegal que por lá tem, às dimensões legalmente permitidas.
LINK

 

Hoje há debate

Esta noite, às 20,30 na 2 e na Sic, o debate entre Sócrates e Santana.
Espero sinceramente que Sócrates mantenha a calma necessária para aguentar os embates demagógicos e agarotados de Santana.
Se já entendi a estratégia, aliás óbvia, do PS, Sócrates irá procurar contrapor uma pose de Estado e de maturidade às tentativas que Santana fará para arrastar o debate para o campo da política espectáculo, para o paleio fácil e oco que tem caracterizado a campanha do PSD.
Esperemos que não sejam os próprios jornalistas a alimentarem o carácter de Santana e que saia bem nítida deste debate a impreparação do actual primeiro-ministro para o lugar que pretende continuar a desempenhar.
E se Sócrates o conseguir irritar, vai sobressair o genuíno Santana.

quarta-feira, fevereiro 02, 2005

 

Pensar 10 vezes e dizer disparate

«O condicionamento já é tal que uma pessoa antes de falar tem que pensar não uma, duas ou três vezes, mas 10 vezes para ver se não ofende ou se o tema está dentro daquilo que suas excelências entendem que se pode debater na campanha eleitoral».
Santana Lopes (claro)

 

Futuro negro para a Assembleia da República

Que a Assembleia da República, muito por culpa própria, se encontra desprestigiada, já é do conhecimento geral.
Com Santana a liderar a bancada do PSD vai piorar.
É que o homem quando tem público perde o Norte e entra por argumentações que não o desprestigiam apenas a si próprio: é toda a classe política e as instituições que representa que ficam feridas no seu crédito.

 

Quem faz ataques pessoais?

Quem faz ataques pessoais e quem deles é vítima?
Santana diz que ninguém é tão atacado como ele pela sua vida pessoal. Só se for pelas revistas que se lêem nas cabeleireiras e salas de espera dos consultórios. É natural, uma figura pública não se pode pôr a jeito tão descaradamente.
Ele não, não faz ataques pessoais a ninguém.
Para além da já batida história dos colos, trouxe para a arena política uma questão importante para o futuro da nossa terrinha: a cor dos olhos de Sócrates: “aparece com os olhos verdes, quando está comigo sempre os vi castanhos”.
“Sócrates que apresente a sua declaração de rendimentos e diga o património que tem. Eu não tenho nada…”
Claro que isto não é uma insinuação acerca da honestidade do seu adversário mais directo.
Ó Pedrinho: uma coisa são os ataques das revistas outra ataques pessoais e insinuações porcas entre adversários. E é disso que se trata.

 

Frase da semana

«A insinuação é o grau zero da dignidade do discurso, uma espécie de fogo de vista ao contrário, que cria do nada uma girândola de imundície
José Vitor Malheiros no Público

terça-feira, fevereiro 01, 2005

 

Previsão no Sapo...

Em 23 de Setembro do ano passado, escrevi este texto AQUI, antes da decisão do Presidente da República, isto é, antes de se saber que iria haver eleições antecipadas.
Dada a sua actualidade, aqui vai de novo.

José Socrates ganhou as eleições internas do PS. Em consequência, será o próximo primeiro ministro.
Duas questões se colocam perante este novo líder da oposição. A primeira, prende-se com a forte probabilidade de vir a ganhar as próximas eleições com maioria absoluta, o que lhe trará responsabilidades acrescidas, mas, também, uma maior margem de manobra.
E, mais uma vez, quando o eleitor votar, vai pretender castigar o actual governo que se tem apresentado como demolidor do pouco que se conseguiu construir nestes últimos trinta anos no campo das prestações sociais, mas, simultaneamente, vai depositar esperança numa nova atitude de eficácia, crescimento e modernização, sem que isto resulte no habitual ataque à qualidade de vida do cidadão.
É aqui que se coloca a questão de saber até que ponto Socrates conseguirá vencer dois Adamastores tradicionais: a tendência de assalto ao poder na base da partidarite, por um lado, e a inércia da máquina da administração pública, incluindo os interesses instalados, por outro. O primeiro ministro que conseguir este ideal de uma forma equilibrada, rompendo com a tradicional ineficácia pública, vai ter um lugar de destaque na história nacional.
Socrates tem o apoio interno que perderá rapidamente se não alimentar as ambições de ocupação de lugares públicos. Terá também o apoio social que perderá ao colidir com o status instalado.
Resta-lhe criar um governo coeso, competente e corajoso, constituido fora dos limites apertados da retribuição de apoios. A própria máquina do PS precisa ser renovada, saindo do tradicional baralhar e voltar a dar.
A segunda questão prende-se com a esperança do eleitorado que, estou em crer, querendo castigar o actual governo, vai votar em maior número que o habitual, e que espera que seja desta vez que surja o "salvador da pátria". Não alguém que faça nascer dinheiro nas árvores mas alguém que demonstre a capacidade de enfrentar os problemas e, por uma vez, se preocupe efectivamente com os portugueses e não com a implantação de uma ideologia qualquer, da qual as vítimas são sempre as mesmas. Para isto tudo, é preciso muito trabalho, mas, sobretudo, muita coragem e tenacidade.
Como ministro já demonstrou estas características. Será que vai ter apoio?

 

Boatos

No tal comício com as mulheres de Braga, Santana Lopes afirmou textualmente aos jornalistas: "o outro candidato gosta de outros colos".
Vem agora falar em respeito pela vida privada dos candidatos e, mais uma vez, apresentar-se ele próprio como uma vítima habitual da maledicência.
É preciso descaramento, característica que não lhe falta!
Este homem sim, é um exemplo de coerência, bom senso e pose de Estado.
Qualquer puto com catorze anos tem uma pose mais adulta.

 

O apito descendente

O apito dourado começou no Norte e tem vindo lentamente a descer para o Sul do país.
Já vai em Leiria. Será que vai chegar ao Algarve e daí continuar para as ilhas?
E a Presidente da Câmara Municipal de Leiria, irá ser proíbida de frequentar casas de alterne?
Finalmente, a grande e decisiva questão: Lisboa sairá deste processo com a pureza virginal que apregoa?
Veremos.


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