terça-feira, fevereiro 01, 2005

 

Previsão no Sapo...

Em 23 de Setembro do ano passado, escrevi este texto AQUI, antes da decisão do Presidente da República, isto é, antes de se saber que iria haver eleições antecipadas.
Dada a sua actualidade, aqui vai de novo.

José Socrates ganhou as eleições internas do PS. Em consequência, será o próximo primeiro ministro.
Duas questões se colocam perante este novo líder da oposição. A primeira, prende-se com a forte probabilidade de vir a ganhar as próximas eleições com maioria absoluta, o que lhe trará responsabilidades acrescidas, mas, também, uma maior margem de manobra.
E, mais uma vez, quando o eleitor votar, vai pretender castigar o actual governo que se tem apresentado como demolidor do pouco que se conseguiu construir nestes últimos trinta anos no campo das prestações sociais, mas, simultaneamente, vai depositar esperança numa nova atitude de eficácia, crescimento e modernização, sem que isto resulte no habitual ataque à qualidade de vida do cidadão.
É aqui que se coloca a questão de saber até que ponto Socrates conseguirá vencer dois Adamastores tradicionais: a tendência de assalto ao poder na base da partidarite, por um lado, e a inércia da máquina da administração pública, incluindo os interesses instalados, por outro. O primeiro ministro que conseguir este ideal de uma forma equilibrada, rompendo com a tradicional ineficácia pública, vai ter um lugar de destaque na história nacional.
Socrates tem o apoio interno que perderá rapidamente se não alimentar as ambições de ocupação de lugares públicos. Terá também o apoio social que perderá ao colidir com o status instalado.
Resta-lhe criar um governo coeso, competente e corajoso, constituido fora dos limites apertados da retribuição de apoios. A própria máquina do PS precisa ser renovada, saindo do tradicional baralhar e voltar a dar.
A segunda questão prende-se com a esperança do eleitorado que, estou em crer, querendo castigar o actual governo, vai votar em maior número que o habitual, e que espera que seja desta vez que surja o "salvador da pátria". Não alguém que faça nascer dinheiro nas árvores mas alguém que demonstre a capacidade de enfrentar os problemas e, por uma vez, se preocupe efectivamente com os portugueses e não com a implantação de uma ideologia qualquer, da qual as vítimas são sempre as mesmas. Para isto tudo, é preciso muito trabalho, mas, sobretudo, muita coragem e tenacidade.
Como ministro já demonstrou estas características. Será que vai ter apoio?

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