sexta-feira, fevereiro 11, 2005

 

Adeus, até ao meu regresso...

Caros leitores: vou-me embora, felizmente!
Durante uns dias não terão o incómodo das minhas reflexões, do meu apontar de dedo em riste, fustigando quem quer que pretenda fazer de nós parvos.
Estou farto do nojo das pessoas que se deixam arrastar pelo vazio de meia dúzia de frases bombásticas de um Santana que, teimosamente, pretende prolongar o Carnaval.
De um Portas que se disfarça de homem do povo e encharcado em perfume espalha a boa intençãozinha pelos mercados e feiras.
De um Louçã que se rebaixou ao campo da demagogia e afastou da sua campanha aquilo que eram os verdadeiros motivos da simpatia que gerava.
De um Sócrates que não tem a coragem de dizer: confiem em mim. Em vez de dizer que devolve a confiança aos portugueses.
De uma investigação judiciária que me cheira a encomenda oportuna para queimar o PS, à semelhança do que aconteceu com a tentativa de envolvimento de Ferro Rodrigues no processo Casa Pia.
Vou para as terras frias do centro da Europa, onde o limite de velocidade é de 130, mas a 131 multa-se: a tolerância zero é uma atitude, não uma excepção, num país onde as coisas não são mais ou menos – ou são ou não são.
Onde as pessoas vêem o trabalho como uma tarefa e não como um suplício.
Onde os patrões vêem os trabalhadores como colaboradores e não como um empecilho que se tem que aturar com o mínimo de incómodo.
Onde não se trabalha e se discute ao mesmo tempo a telenovela das 21 ou a última contratação do clube lá do sítio.
Um país que tem péssimos estádios de futebol, mas excelentes hospitais e escolas com aquecimento, computadores e tudo.
E, quando voltar, vou encontrar o país ainda entretido com a última variedade atirada para a arena da campanha, para ver se o pessoal se esquece que gastamos mais do que produzimos, que não existe nenhuma lei que impeça as fábricas de se deslocalizarem, que não basta ter-se o poder, é preciso exercê-lo em função do bem comum e não daqueles que connosco fizeram campanha.
Até que isto bata no fundo já à vista.
Adeus, até ao meu regresso.
Bom fim-de-semana.

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