sexta-feira, fevereiro 11, 2005

 

A honra perdida

Eu próprio nutri alguma simpatia pelo Bloco de Esquerda. Aquela simpatia que nos inspiram os cavaleiros andantes, os que falam pelos que não têm voz, os que trazem para a ribalta aqueles que não queremos ver, porque nos incomodam…
As campanhas do Bloco têm sido quase poéticas e essa virtude ninguém lhes pode retirar.
Acontece que, pela primeira vez, o Bloco se vê confrontado com a incoerência entre as propostas que faz e as soluções indispensáveis para o momento que, a não serem tomadas com carácter de urgência, comprometerão o futuro, mais do que já está.
Como economista que sabe fazer contas, Louçã não pode dizer que o problema se resolve com o justo combate à evasão fiscal: Essa é parte da solução, mas de pequena monta para a dimensão do problema.
Louçã sabe bem que o orçamento do Estado está sobrecarregado tanto pela má gestão como pela existência de organismos duplicados e outros absolutamente inúteis. Sabe que é urgente reconstruir a administração pública no sentido de a reduzir àquilo que é indispensável para manter padrões indispensáveis de justiça social. Não mais do que isso.
Sob pena de andarmos todos a trabalhar apenas para sustentar o funcionamento do Estado ou pouco mais.
Quando, conscientemente, se fazem propostas e se defendem princípios que se sabe serem impraticáveis, essa atitude tem um nome: demagogia.
E tenho pena de ter de dizer isto de quem poderia ser o motor de uma genuína lufada de ar fresco ao nível da renovação de mentalidades e assim se está a si mesmo a denegrir.

|

<< Home

This page is powered by Blogger. Isn't yours?