sábado, fevereiro 26, 2005

 

A crise das tascas

Parece que anda para aí uma crise danada nos cafés e restaurantes.
Segundo a Associação do sector, estão a fechar muitos e esta tendência é para aumentar.
Por mim, conheço vários que já deveriam ter fechado há muito tempo.
Por certo, como em quase tudo na economia, vão sobreviver os que merecem continuar.
Não vejo qual seja o interesse em manter aberto um estabelecimento onde nos atendem sem um bom dia, um faz favor, um obrigado. Onde nos presenteiam com casas de banho que, mesmo quando por milagre estão limpas, têm aspecto de pocilgas recuperadas à pressa.
O que vai fechar não é a tradicional e típica tasca portuguesa. Em regra, o que vai fechar são uns recintos onde pontua a falta de qualidade geral, onde faltam coisas para as quais não é necessário dinheiro: educação, simpatia, higiene…
Agora querem que o governo intervenha. Exactamente. Eu concordo: que tal um subsídiozito para a manutenção das moscas, um curso profissional abrangente para ensinar a distinguir um copo mal lavado, uma colher suja ou a manteiga rançosa? Proponho mesmo um curso acelerado de diálogos curtos do tipo: muito bom dia, faz favor de dizer.
É que esta coisa do “que é que quer?” foi chão que já deu uvas.
Post-scriptum: esta tendência que os portugueses têm de perpetuar a memória da sua existência não puxando os autoclismos, também não ajuda muito…

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