terça-feira, julho 26, 2005
Eleições presidenciais
Por este andar, vou-me abster pela primeira vez na vida!!!
Desculpe se o matei: foi sem querer...
Ao terror acéfalo dos bombistas, sucede-se a paranóia neurótica da polícia inglesa.
Estou convencido que aquilo que aconteceu com o cidadão brasileiro poderia ter acontecido com qualquer outro. Bastaria para tanto que, nas palavras da polícia inglesa, andasse de casaco grosso num dia de calor. Calor para os londrinos, claro, não para alguém habituado ao clima tropical. Seria talvez suficiente que uns tipos à paisana corressem aos berros atrás dele, para que se assustasse receando algum episódio de xenofobia.
Depois, receando que fosse um bombista suicida, alveja-se com oito tiros: não sou perito em bombas, mas tenho a impressão que disparar sobre um eventual bombista num local cheio de gente, não será grande receita.
Terá ainda, nos termos das explicações da polícia, saído de um bloco de apartamentos sob suspeita e vigilância. Então porque não o interpelaram logo à saída de casa?
Foi uma precipitação da polícia londrina, contrastante com a tão propalada fleuma.
Que estão submetidos a uma enorme pressão compreende-se, sobretudo quando descobrem que de muito pouco lhes serve o controle quase delirante que fazem nos aeroportos, dado que o perigo convive com eles. Quando concluem que uma câmara de vigilância em cada esquina não é suficiente para evitar ataques hediondos.
Não se compreende que atirem a matar sobre o primeiro indivíduo que lhes pareça suspeito.
Fica aqui um conjunto de recomendações para quem nos próximos tempos visitar Londres.
1º Se alguém vos berrar qualquer coisa, mesmo que não percebam o que diz, parem: vale mais ser assaltado, levar um enxerto de pancada de uns hooligans do que ser baleado.
2º Mesmo que tenham frio, não se esqueçam que para os londrinos o nosso Outono é Verão, por isso andem de T-shirt, camisa, etc. e, se não resistirem ao frio, candidatem-se a abrir falência deslocando-se num dos exorbitantemente caros táxis londrinos, mas de metro nunca com um casaco.
3º Uma boa solução para contornar todos estes problemas será pintarem-se de loiros ou disfarçarem-se de punks: ficarão então uns londrinos perfeitos. Se estiverem dispostos a apanhar uma bebedeira na noite de Picadilly, então o disfarce estará completo.
Se nada disto resultar, fiquem tranquilos que, depois de mortos, a polícia inglesa pede-vos desculpa. Pelo menos são bem educados: desculpe se o matei, sim?
Estou convencido que aquilo que aconteceu com o cidadão brasileiro poderia ter acontecido com qualquer outro. Bastaria para tanto que, nas palavras da polícia inglesa, andasse de casaco grosso num dia de calor. Calor para os londrinos, claro, não para alguém habituado ao clima tropical. Seria talvez suficiente que uns tipos à paisana corressem aos berros atrás dele, para que se assustasse receando algum episódio de xenofobia.
Depois, receando que fosse um bombista suicida, alveja-se com oito tiros: não sou perito em bombas, mas tenho a impressão que disparar sobre um eventual bombista num local cheio de gente, não será grande receita.
Terá ainda, nos termos das explicações da polícia, saído de um bloco de apartamentos sob suspeita e vigilância. Então porque não o interpelaram logo à saída de casa?
Foi uma precipitação da polícia londrina, contrastante com a tão propalada fleuma.
Que estão submetidos a uma enorme pressão compreende-se, sobretudo quando descobrem que de muito pouco lhes serve o controle quase delirante que fazem nos aeroportos, dado que o perigo convive com eles. Quando concluem que uma câmara de vigilância em cada esquina não é suficiente para evitar ataques hediondos.
Não se compreende que atirem a matar sobre o primeiro indivíduo que lhes pareça suspeito.
Fica aqui um conjunto de recomendações para quem nos próximos tempos visitar Londres.
1º Se alguém vos berrar qualquer coisa, mesmo que não percebam o que diz, parem: vale mais ser assaltado, levar um enxerto de pancada de uns hooligans do que ser baleado.
2º Mesmo que tenham frio, não se esqueçam que para os londrinos o nosso Outono é Verão, por isso andem de T-shirt, camisa, etc. e, se não resistirem ao frio, candidatem-se a abrir falência deslocando-se num dos exorbitantemente caros táxis londrinos, mas de metro nunca com um casaco.
3º Uma boa solução para contornar todos estes problemas será pintarem-se de loiros ou disfarçarem-se de punks: ficarão então uns londrinos perfeitos. Se estiverem dispostos a apanhar uma bebedeira na noite de Picadilly, então o disfarce estará completo.
Se nada disto resultar, fiquem tranquilos que, depois de mortos, a polícia inglesa pede-vos desculpa. Pelo menos são bem educados: desculpe se o matei, sim?
quarta-feira, julho 20, 2005
Todos os mortos são iguais
1/3 dos 25.000 civis mortos no Iraque desde o início da intervenção para acabar com o terrorismo internacional foram vítimas das tropas da coligação.
São mais de oito mil mortos civis.
Esta notícia mereceu breves segundos nos serviços informativos das várias televisões.
Fica uma pergunta inspirada noutra de Sartre em "O Diabo e o Bom Deus": quantos mortos civis iraquianos serão precisos para se obter o impacto informativo das bombas de Londres?
E isto não quer dizer que eu apoie o terrorismo ou o considere justificado pelas mortes iraquianas ou a questão da Palestina, seus comentadores precipitados: apenas acho que os civis iraquianos e os londrinos são igualmente pessoas.
Ou não?
Ou os fins justificam os meios? E as vítimas...
Surpresa? Não!
Tenho estado a assistir na Sic Notícias ao desfile de representantes da oposição. Quem os ouve falar quase conclui que este Ministro das Finanças era o seu homem de eleição, a quem apoiavam efusivamente.
Parece, em geral, transparecer uma forte dose de surpresa com esta substituição.
Tenho como certo que poderão ser tornados públicos todos os motivos e mais alguns para esta saída, mas quem conhece bem José Socrates, saberá que este não tolera duas asneiras seguidas. A primeira terá sido antes ainda da tomada de posse, a segunda com o artigo agora escrito, como se o ministro não fizesse parte de um colectivo chamado governo.
De facto, parece ter faltado ao ex-ministro experiência política, que esta coisa de ser professor universtário ou técnico do Banco de Portugal não é a mesma coisa que estar na política.
Quando se pertence a um colectivo fala-se a uma só voz. Ou então, sai-se primeiro e discorda-se publicamente depois.
Estou convencido que qualquer ministro de Socrates que tenha a veleidade do protagonismo pessoal, terá igual destino.
E Freitas que se cuide, mais uma ideia original e volta para as aulas.
Parece funcionar aqui a ideia do velho PCP: a roupa suja lava-se em casa, quem não gostar vai embora.
Mas numa coisa dou razão ao ministro: num país tecnicamente falido, a treta da Ota e do TGV é coisa de malucos, ainda que sejam projectos a serem iniciados depois de passar a crise (isto se algum dia passar).
segunda-feira, julho 18, 2005
Vamos à luta
Tenho andado para aqui a pensar em fazer uma greve geral do sector privado, com a finalidade de reivindicarmos reformas e sistema de saúde iguais aos dos funcionários públicos.
Pode ser numa Sexta-feira, de preferência antes de um feriado à Segunda.
A grande palavra de ordem seria: Queremos ser portugueses de primeira!
O nacional pessimismo
Estranho país este que só consegue dizer mal de si próprio, que rejubila com aquilo que é mau, que busca incessantemente razões para o seu pessimismo atávico.
Informados por uma imprensa geralmente incompetente, exercida por estagiários e profissionais de aviário, atiramos para a primeira página o mesquinho, o secundário, numa espécie de auto flagelação.
Exemplos:
1º Na mesma semana em que quatro pesos pesados da economia vão ao Prós e Contras dizer claramente que as medidas restritivas deste governo só pecam por tardias e insuficientes, a grande notícia foi o engano do orçamento.
2º É hoje notícia o grande incêndio nas matas de Guadalajara, com pelo menos onze mortos e não chegam cá as notícias dos incêndios que regularmente assolam a floresta mediterrânica da Catalunha e Sul de França. As extensões que ardem são colossais, todos os anos, não havendo meios capazes de os fazer parar antes de provocarem graves prejuízos. São conhecidos os grandes incêndios anuais nos Estados Unidos e Austrália, sem capacidade humana para os impedir. No entanto, continuamos a entender que os nossos incêndios são uma inevitabilidade nossa. É verdade que podemos melhorar na prevenção, que podemos dar mais meios aos bombeiros e envolver o exército nesse combate, mas com o clima que temos e o tipo de ordenamento territorial que se vai consolidando, o melhor é começarmos a entender que os fogos fazem parte da nossa vida, como a seca.
3º Foi hoje lançado o concurso para a energia eólica, tendo como fundamento uma aposta forte nas energias renováveis. A notícia, como é boa, não tem tido grande impacto. Mas é caso para perguntar o que é que os governos têm andado a fazer neste domínio e em todos os que têm a ver com o ambiente e o combate à dependência do petróleo. Ainda há muito a fazer. Esperemos que este tenha sido o primeiro passo.
Informados por uma imprensa geralmente incompetente, exercida por estagiários e profissionais de aviário, atiramos para a primeira página o mesquinho, o secundário, numa espécie de auto flagelação.
Exemplos:
1º Na mesma semana em que quatro pesos pesados da economia vão ao Prós e Contras dizer claramente que as medidas restritivas deste governo só pecam por tardias e insuficientes, a grande notícia foi o engano do orçamento.
2º É hoje notícia o grande incêndio nas matas de Guadalajara, com pelo menos onze mortos e não chegam cá as notícias dos incêndios que regularmente assolam a floresta mediterrânica da Catalunha e Sul de França. As extensões que ardem são colossais, todos os anos, não havendo meios capazes de os fazer parar antes de provocarem graves prejuízos. São conhecidos os grandes incêndios anuais nos Estados Unidos e Austrália, sem capacidade humana para os impedir. No entanto, continuamos a entender que os nossos incêndios são uma inevitabilidade nossa. É verdade que podemos melhorar na prevenção, que podemos dar mais meios aos bombeiros e envolver o exército nesse combate, mas com o clima que temos e o tipo de ordenamento territorial que se vai consolidando, o melhor é começarmos a entender que os fogos fazem parte da nossa vida, como a seca.
3º Foi hoje lançado o concurso para a energia eólica, tendo como fundamento uma aposta forte nas energias renováveis. A notícia, como é boa, não tem tido grande impacto. Mas é caso para perguntar o que é que os governos têm andado a fazer neste domínio e em todos os que têm a ver com o ambiente e o combate à dependência do petróleo. Ainda há muito a fazer. Esperemos que este tenha sido o primeiro passo.
sábado, julho 16, 2005
Vamos lá a animar, que o futebol não tarda está aí outra vez e o pessoal tem então oportunidade para se preocupar com as coisas importantes da vida.
De momento, a grande preocupação angustiante é: devem ou não os árbitros ser sorteados?
quinta-feira, julho 14, 2005
Colômbia e Portugal: os mesmos valores
Sempre ouvi dizer: diz-me com quem andas, dir-te-ei quem és.
Neste caso, Portugal emparelha juridicamente com a Colômbia condenando a prisão as mulheres que abortam.
Todos sabemos que a Colômbia é um paradigma de direitos humanos e legalidade democrática.
A notícia AQUI
Neste caso, Portugal emparelha juridicamente com a Colômbia condenando a prisão as mulheres que abortam.
Todos sabemos que a Colômbia é um paradigma de direitos humanos e legalidade democrática.
A notícia AQUI
quarta-feira, julho 13, 2005
Resultados elucidativos
Será que os resultados de Matemática dos alunos do 9º ano não deveriam levar os sindicatos do sector a reorientar as suas exigências?
Será que para os sindicatos dos professores a vivência sindical se resume a exigências (reivindicações, pronto…) salariais e de horários de trabalho?
Cá para mim, os dirigentes sindicais têm é medo de perder o emprego e por isso dizem aquilo que os professores querem ouvir e não aquilo que é útil para o país e para os alunos.
É que a prova de Matemática, segundo diz o meu filho, foi facílima e o puto até teve boa nota. Imaginem que tinha sido difícil…
Será que para os sindicatos dos professores a vivência sindical se resume a exigências (reivindicações, pronto…) salariais e de horários de trabalho?
Cá para mim, os dirigentes sindicais têm é medo de perder o emprego e por isso dizem aquilo que os professores querem ouvir e não aquilo que é útil para o país e para os alunos.
É que a prova de Matemática, segundo diz o meu filho, foi facílima e o puto até teve boa nota. Imaginem que tinha sido difícil…
A causa das coisas
Da morte industrial ao pato bravo e sua amante aloirada.
No esforço, eventualmente inútil, de entender os porquês da nossa decadência económica, dei comigo a pensar que quando era puto, muito antes do 25 de Abril, na minha terra havia uma fábrica em cada canto. Chamavam-lhe, nos manuais de Geografia de então, a Manchester portuguesa.
Estou a falar da Covilhã, para quem já tenha estudado pelos manuais da desertificação.
O barulho dos teares era permanente e ouvia-se bem longe.
Era tal o volume de gente a deslocar-se no trabalho por turnos que já na década de 50 existiam transportes públicos urbanos, o que para uma cidade do interior era obra.
Hoje, quem deambular pela parte velha da cidade depara a cada esquina com uma ruína industrial, à espera que a especulação imobiliária a faça desaparecer. Sobreviveram duas ou três, das dezenas que existiam.
As que morreram foram o produto da falta de inovação, da crença no imobilismo e perenidade do Estado Novo: foram ultrapassadas e morreram de exaustão ao longo das décadas de 70 e 80.
Mal saíamos da cidade encontrávamos os campos cultivados: todos. E via-se gente a trabalhar.
Vive-se hoje indubitavelmente muito melhor do que há trinta anos.
Acontece porém que essa melhoria de vida varia na proporção inversa da produção industrial e agrícola, ou seja: gastamos mais mas produzimos menos.
Creio que o cenário que descrevi relativamente ao caso da minha terra se repete um pouco por todo o lado. Em Coimbra, por exemplo, restam hoje duas ou três das grandes fábricas que aqui existiam.
Os portugueses hoje vivem do Estado ou da comercialização.
No primeiro caso apenas temos uma “reciclagem” do dinheiro que entregamos ao Estado.
No segundo, limitamo-nos a vender os produtos que compramos ao estrangeiro. Exagero? Não. Tomemos como exemplo o penúltimo folheto publicitário da Makro: em onze produtos de “talho”, dois eram portugueses e o resto era da Irlanda, Argentina e até da Nova Zelândia.
A razão que leva a que produzir em Portugal não compense escapa-me completamente. Nem me falem em custos de produção, porque trazer carne da Nova Zelândia (antípodas!!!) para aqui, queima qualquer raciocínio económico.
Parece-me que as razões se devem buscar num hábito que se criou no campo do lucro fácil, imediato, sem grande trabalho ou riscos de investimento e, se possível, no âmbito da trafulhice e da fuga aos impostos.
O caso da construção civil é flagrante: a explosão de patos bravos que construíram por tudo quanto é sítio apartamentos sem isolamento acústico ou térmico, com divisões onde só cabe meia mobília, com garagens onde só cabe um carro citadino e que só pode abrir uma porta, com áreas envolventes que não são terminadas, embora estivessem no projecto, que enriqueceram com a cumplicidade dos compradores fugindo à sisa e declarando valores de venda fictícios, é bem o exemplo de uma forma de vida nacional, em que os sucessivos governos e administrações fiscais sabem o que se passa e nada fazem. E tudo isso foi transformado em vivendas de gosto duvidoso, jipes e Mercedes, à mistura com umas jantaradas com o pessoal lá da Câmara.
Depois, quando se lhes exige responsabilidades, descobre-se que a empresa de construções afinal não tem capital nem bens, que tudo foi feito por subcontratação e que, quando muito, podemos executar uma secretária, um computador velho ou a amante do empreiteiro pato bravo (péssimo negócio, que está habituada a luxos só suportáveis por quem não paga impostos).
E alegremente vamos gastando aquilo que não produzimos e esperando que um qualquer governo descubra o caminho marítimo para uma qualquer Índia, para enfim podermos voltar a viver à sombra da bananeira ou podermos abanar a árvore das patacas.
Desculpem a franqueza e a linguagem: merda de país que tal gente tem!!!
Estou a falar da Covilhã, para quem já tenha estudado pelos manuais da desertificação.
O barulho dos teares era permanente e ouvia-se bem longe.
Era tal o volume de gente a deslocar-se no trabalho por turnos que já na década de 50 existiam transportes públicos urbanos, o que para uma cidade do interior era obra.
Hoje, quem deambular pela parte velha da cidade depara a cada esquina com uma ruína industrial, à espera que a especulação imobiliária a faça desaparecer. Sobreviveram duas ou três, das dezenas que existiam.
As que morreram foram o produto da falta de inovação, da crença no imobilismo e perenidade do Estado Novo: foram ultrapassadas e morreram de exaustão ao longo das décadas de 70 e 80.
Mal saíamos da cidade encontrávamos os campos cultivados: todos. E via-se gente a trabalhar.
Vive-se hoje indubitavelmente muito melhor do que há trinta anos.
Acontece porém que essa melhoria de vida varia na proporção inversa da produção industrial e agrícola, ou seja: gastamos mais mas produzimos menos.
Creio que o cenário que descrevi relativamente ao caso da minha terra se repete um pouco por todo o lado. Em Coimbra, por exemplo, restam hoje duas ou três das grandes fábricas que aqui existiam.
Os portugueses hoje vivem do Estado ou da comercialização.
No primeiro caso apenas temos uma “reciclagem” do dinheiro que entregamos ao Estado.
No segundo, limitamo-nos a vender os produtos que compramos ao estrangeiro. Exagero? Não. Tomemos como exemplo o penúltimo folheto publicitário da Makro: em onze produtos de “talho”, dois eram portugueses e o resto era da Irlanda, Argentina e até da Nova Zelândia.
A razão que leva a que produzir em Portugal não compense escapa-me completamente. Nem me falem em custos de produção, porque trazer carne da Nova Zelândia (antípodas!!!) para aqui, queima qualquer raciocínio económico.
Parece-me que as razões se devem buscar num hábito que se criou no campo do lucro fácil, imediato, sem grande trabalho ou riscos de investimento e, se possível, no âmbito da trafulhice e da fuga aos impostos.
O caso da construção civil é flagrante: a explosão de patos bravos que construíram por tudo quanto é sítio apartamentos sem isolamento acústico ou térmico, com divisões onde só cabe meia mobília, com garagens onde só cabe um carro citadino e que só pode abrir uma porta, com áreas envolventes que não são terminadas, embora estivessem no projecto, que enriqueceram com a cumplicidade dos compradores fugindo à sisa e declarando valores de venda fictícios, é bem o exemplo de uma forma de vida nacional, em que os sucessivos governos e administrações fiscais sabem o que se passa e nada fazem. E tudo isso foi transformado em vivendas de gosto duvidoso, jipes e Mercedes, à mistura com umas jantaradas com o pessoal lá da Câmara.
Depois, quando se lhes exige responsabilidades, descobre-se que a empresa de construções afinal não tem capital nem bens, que tudo foi feito por subcontratação e que, quando muito, podemos executar uma secretária, um computador velho ou a amante do empreiteiro pato bravo (péssimo negócio, que está habituada a luxos só suportáveis por quem não paga impostos).
E alegremente vamos gastando aquilo que não produzimos e esperando que um qualquer governo descubra o caminho marítimo para uma qualquer Índia, para enfim podermos voltar a viver à sombra da bananeira ou podermos abanar a árvore das patacas.
Desculpem a franqueza e a linguagem: merda de país que tal gente tem!!!
segunda-feira, julho 11, 2005
Confusão de designação
O único problema do nome deste blog reside na confusão a que se presta: são muitos os que cá vêm à procura das ditas.
A crise está brava
O Benfica está a estagiar na Suíça, o Porto na Holanda: coitados, os ricos só têm coisas que os ralem!
São rosas, Senhor...
sexta-feira, julho 08, 2005
Desalmado TGV
Devo confessar que sou absolutamente ignorante em matéria de comboios. Mas também não preciso de ser engenheiro para saber que quando uma casa se inclina demais a probabilidade de cair é forte.
Vem isto a propósito do desalmado TGV.
Dei comigo a pensar que, se vivesse em Lisboa, numa viagem para Madrid preferia ir de avião. Se fizerem aquela ligação completamente disparatada de Aveiro a Salamanca, como não tenho aeroporto em Coimbra, já era capaz de ter vantagens. Só que não vejo que o movimento de cidadãos aqui do centro para Madrid justifique o investimento.
Também não vejo o pessoal do Porto para Lisboa e vice-versa, adiante grande coisa em ir de TGV. Até porque, atendendo às distâncias, quando tivesse atingido a velocidade de cruzeiro, já estaria a abrandar para parar em Aveiro ou Leiria ou ainda Coimbra.
É certo que há sempre o grande, e a meu ver disparatado argumento, de que a Espanha tem TGV. Mas a Espanha é um país de grandes distâncias e com um fervilhar económico que justificam esse tipo de transporte. Não me parece que seja o nosso caso.
Até posso estar enganado, mas esta coisa do TGV cheira-me a um delírio do tipo dos estádios de futebol.
Às tantas, vai-lhe acontecer o mesmo que ao estádio do Algarve: fica às moscas.
E, pouco ou muito, seremos sempre nós a pagar.
Vem isto a propósito do desalmado TGV.
Dei comigo a pensar que, se vivesse em Lisboa, numa viagem para Madrid preferia ir de avião. Se fizerem aquela ligação completamente disparatada de Aveiro a Salamanca, como não tenho aeroporto em Coimbra, já era capaz de ter vantagens. Só que não vejo que o movimento de cidadãos aqui do centro para Madrid justifique o investimento.
Também não vejo o pessoal do Porto para Lisboa e vice-versa, adiante grande coisa em ir de TGV. Até porque, atendendo às distâncias, quando tivesse atingido a velocidade de cruzeiro, já estaria a abrandar para parar em Aveiro ou Leiria ou ainda Coimbra.
É certo que há sempre o grande, e a meu ver disparatado argumento, de que a Espanha tem TGV. Mas a Espanha é um país de grandes distâncias e com um fervilhar económico que justificam esse tipo de transporte. Não me parece que seja o nosso caso.
Até posso estar enganado, mas esta coisa do TGV cheira-me a um delírio do tipo dos estádios de futebol.
Às tantas, vai-lhe acontecer o mesmo que ao estádio do Algarve: fica às moscas.
E, pouco ou muito, seremos sempre nós a pagar.
quinta-feira, julho 07, 2005
Terrorismo insaciável
A última vez que estive em Londres, há pouco mais de um ano, jurei que só lá voltava quando os preços fossem normais: viver em Londres, para um pelintra português, é insuportável. Afinal, para além de cara, é também uma cidade de alto risco: é que a estação de Russel Square é uma das que costumo utilizar quando lá estou. Podia ter sido eu.
Verifiquei na altura, como qualquer pessoa que aterre num dos seus aeroportos, que a proliferação de polícia de colete à prova de bala e armados em estilo Rambo, dá a ideia de um país à espera de uma guerra a qualquer momento.
Se uma cidade assim vigiada, com serviços de segurança a vasculharem tudo em verdadeira paranóia, é vítima de um atentado desta dimensão, só podemos concluir que nenhum país, nenhuma cidade está a salvo.
Não o estarão por certo cidades fortemente multiraciais como Paris ou qualquer das grandes cidades da Alemanha.
Mas o acto de terrorismo bárbaro de hoje demonstra mais uma vez, para quem quiser raciocinar friamente, que a “estratégia” de suposto combate ao terrorismo através da actuação no Iraque e no Afeganistão não deu qualquer resultado que não seja um terrorismo ainda mais brutal.
Rezemos muito para que o mundo árabe não queira atingir um plano de empate entre as vítimas inocentes deles e as do ocidente porque, a ser assim, ainda veremos muitos actos deste tipo.
Verifiquei na altura, como qualquer pessoa que aterre num dos seus aeroportos, que a proliferação de polícia de colete à prova de bala e armados em estilo Rambo, dá a ideia de um país à espera de uma guerra a qualquer momento.
Se uma cidade assim vigiada, com serviços de segurança a vasculharem tudo em verdadeira paranóia, é vítima de um atentado desta dimensão, só podemos concluir que nenhum país, nenhuma cidade está a salvo.
Não o estarão por certo cidades fortemente multiraciais como Paris ou qualquer das grandes cidades da Alemanha.
Mas o acto de terrorismo bárbaro de hoje demonstra mais uma vez, para quem quiser raciocinar friamente, que a “estratégia” de suposto combate ao terrorismo através da actuação no Iraque e no Afeganistão não deu qualquer resultado que não seja um terrorismo ainda mais brutal.
Rezemos muito para que o mundo árabe não queira atingir um plano de empate entre as vítimas inocentes deles e as do ocidente porque, a ser assim, ainda veremos muitos actos deste tipo.
Presente sombrio
quarta-feira, julho 06, 2005
Mas, afinal, alguém me consegue dizer, assim ao certo, qual é a porra do defice desta candidatura a país?
Sinais da crise
O Benfica vai estagiar para a Suiça: deve ser por causa do tradicional baixo custo de vida da Suiça.
Em Junho venderam-se 25 Porsches em Lisboa: foi para poupar os 2% de IVA.
Os juízes estão em greve de zelo: será que só aplicam penas suspensas?
O Ministro da Justiça tem vários motoristas: é para combater o desemprego.
Vamos ter um TGV: é para fugirmos do país mais depressa.
O Alberto João não quer chineses nem indianos: é assim mesmo, que eles também não querem lá portugueses e, por outro lado, prefiro as suecas.
Em Junho venderam-se 25 Porsches em Lisboa: foi para poupar os 2% de IVA.
Os juízes estão em greve de zelo: será que só aplicam penas suspensas?
O Ministro da Justiça tem vários motoristas: é para combater o desemprego.
Vamos ter um TGV: é para fugirmos do país mais depressa.
O Alberto João não quer chineses nem indianos: é assim mesmo, que eles também não querem lá portugueses e, por outro lado, prefiro as suecas.
O trânsito em Coimbra tem estado um inferno: é por causa do aumento dos combustíveis, o pessoal está a aproveitar antes que subam mais.