segunda-feira, julho 18, 2005

 

O nacional pessimismo

Estranho país este que só consegue dizer mal de si próprio, que rejubila com aquilo que é mau, que busca incessantemente razões para o seu pessimismo atávico.
Informados por uma imprensa geralmente incompetente, exercida por estagiários e profissionais de aviário, atiramos para a primeira página o mesquinho, o secundário, numa espécie de auto flagelação.
Exemplos:
1º Na mesma semana em que quatro pesos pesados da economia vão ao Prós e Contras dizer claramente que as medidas restritivas deste governo só pecam por tardias e insuficientes, a grande notícia foi o engano do orçamento.
2º É hoje notícia o grande incêndio nas matas de Guadalajara, com pelo menos onze mortos e não chegam cá as notícias dos incêndios que regularmente assolam a floresta mediterrânica da Catalunha e Sul de França. As extensões que ardem são colossais, todos os anos, não havendo meios capazes de os fazer parar antes de provocarem graves prejuízos. São conhecidos os grandes incêndios anuais nos Estados Unidos e Austrália, sem capacidade humana para os impedir. No entanto, continuamos a entender que os nossos incêndios são uma inevitabilidade nossa. É verdade que podemos melhorar na prevenção, que podemos dar mais meios aos bombeiros e envolver o exército nesse combate, mas com o clima que temos e o tipo de ordenamento territorial que se vai consolidando, o melhor é começarmos a entender que os fogos fazem parte da nossa vida, como a seca.
3º Foi hoje lançado o concurso para a energia eólica, tendo como fundamento uma aposta forte nas energias renováveis. A notícia, como é boa, não tem tido grande impacto. Mas é caso para perguntar o que é que os governos têm andado a fazer neste domínio e em todos os que têm a ver com o ambiente e o combate à dependência do petróleo. Ainda há muito a fazer. Esperemos que este tenha sido o primeiro passo.

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