terça-feira, julho 26, 2005
Desculpe se o matei: foi sem querer...
Ao terror acéfalo dos bombistas, sucede-se a paranóia neurótica da polícia inglesa.
Estou convencido que aquilo que aconteceu com o cidadão brasileiro poderia ter acontecido com qualquer outro. Bastaria para tanto que, nas palavras da polícia inglesa, andasse de casaco grosso num dia de calor. Calor para os londrinos, claro, não para alguém habituado ao clima tropical. Seria talvez suficiente que uns tipos à paisana corressem aos berros atrás dele, para que se assustasse receando algum episódio de xenofobia.
Depois, receando que fosse um bombista suicida, alveja-se com oito tiros: não sou perito em bombas, mas tenho a impressão que disparar sobre um eventual bombista num local cheio de gente, não será grande receita.
Terá ainda, nos termos das explicações da polícia, saído de um bloco de apartamentos sob suspeita e vigilância. Então porque não o interpelaram logo à saída de casa?
Foi uma precipitação da polícia londrina, contrastante com a tão propalada fleuma.
Que estão submetidos a uma enorme pressão compreende-se, sobretudo quando descobrem que de muito pouco lhes serve o controle quase delirante que fazem nos aeroportos, dado que o perigo convive com eles. Quando concluem que uma câmara de vigilância em cada esquina não é suficiente para evitar ataques hediondos.
Não se compreende que atirem a matar sobre o primeiro indivíduo que lhes pareça suspeito.
Fica aqui um conjunto de recomendações para quem nos próximos tempos visitar Londres.
1º Se alguém vos berrar qualquer coisa, mesmo que não percebam o que diz, parem: vale mais ser assaltado, levar um enxerto de pancada de uns hooligans do que ser baleado.
2º Mesmo que tenham frio, não se esqueçam que para os londrinos o nosso Outono é Verão, por isso andem de T-shirt, camisa, etc. e, se não resistirem ao frio, candidatem-se a abrir falência deslocando-se num dos exorbitantemente caros táxis londrinos, mas de metro nunca com um casaco.
3º Uma boa solução para contornar todos estes problemas será pintarem-se de loiros ou disfarçarem-se de punks: ficarão então uns londrinos perfeitos. Se estiverem dispostos a apanhar uma bebedeira na noite de Picadilly, então o disfarce estará completo.
Se nada disto resultar, fiquem tranquilos que, depois de mortos, a polícia inglesa pede-vos desculpa. Pelo menos são bem educados: desculpe se o matei, sim?
Estou convencido que aquilo que aconteceu com o cidadão brasileiro poderia ter acontecido com qualquer outro. Bastaria para tanto que, nas palavras da polícia inglesa, andasse de casaco grosso num dia de calor. Calor para os londrinos, claro, não para alguém habituado ao clima tropical. Seria talvez suficiente que uns tipos à paisana corressem aos berros atrás dele, para que se assustasse receando algum episódio de xenofobia.
Depois, receando que fosse um bombista suicida, alveja-se com oito tiros: não sou perito em bombas, mas tenho a impressão que disparar sobre um eventual bombista num local cheio de gente, não será grande receita.
Terá ainda, nos termos das explicações da polícia, saído de um bloco de apartamentos sob suspeita e vigilância. Então porque não o interpelaram logo à saída de casa?
Foi uma precipitação da polícia londrina, contrastante com a tão propalada fleuma.
Que estão submetidos a uma enorme pressão compreende-se, sobretudo quando descobrem que de muito pouco lhes serve o controle quase delirante que fazem nos aeroportos, dado que o perigo convive com eles. Quando concluem que uma câmara de vigilância em cada esquina não é suficiente para evitar ataques hediondos.
Não se compreende que atirem a matar sobre o primeiro indivíduo que lhes pareça suspeito.
Fica aqui um conjunto de recomendações para quem nos próximos tempos visitar Londres.
1º Se alguém vos berrar qualquer coisa, mesmo que não percebam o que diz, parem: vale mais ser assaltado, levar um enxerto de pancada de uns hooligans do que ser baleado.
2º Mesmo que tenham frio, não se esqueçam que para os londrinos o nosso Outono é Verão, por isso andem de T-shirt, camisa, etc. e, se não resistirem ao frio, candidatem-se a abrir falência deslocando-se num dos exorbitantemente caros táxis londrinos, mas de metro nunca com um casaco.
3º Uma boa solução para contornar todos estes problemas será pintarem-se de loiros ou disfarçarem-se de punks: ficarão então uns londrinos perfeitos. Se estiverem dispostos a apanhar uma bebedeira na noite de Picadilly, então o disfarce estará completo.
Se nada disto resultar, fiquem tranquilos que, depois de mortos, a polícia inglesa pede-vos desculpa. Pelo menos são bem educados: desculpe se o matei, sim?