segunda-feira, setembro 11, 2006
Regresso em síntese
Quem segue este blog desde o seu início nas páginas do Sapo, sabe que ele nasceu da necessidade de contrariar e denunciar a estupidez alheia (outros que critiquem a minha).
Estávamos então em mais um dos vários governos que tanto se empenharam em tomar medidas descabeladas, em não atacar os problemas com seriedade, isto é, que fizeram mais do mesmo e trataram o país como uma quinta, que iam gerindo a coisa pública em função de ambições pessoais, carreiras políticas ou interesses partidários.
Então, como agora, os governados, por sua vez, alinharam num ferrabodó consumista de novos-ricos, assumindo a exteriorização da riqueza (que não têm) materializada nos telemóveis, nos écrans TFT e Plasma, nas peregrinações ao Brasil, etc.
Em simultâneo, apercebendo-se da tendência eleitoraleira dos partidos no poder, desatou tudo a fazer reivindicações, justas, na maioria dos casos, insustentáveis num país pelintra, quase sempre.
Grupos poderosos como o dos professores conseguiram elevar a fasquia até ao nível dos terceiros mais bem pagos em todo o mundo.
Muitos dos salários da função pública são mais altos do que os seus pares na bem sucedida Espanha.
Enfim, um blog que nasceu para criticar o poder, tocando apenas ao de leve nos tiques dos governados, acaba por criar uma “clientela” de leitores críticos, num país que se sente melhor a criticar do que a aplaudir.
Quer queiramos quer não, e por muito que isso colida com os interesses de cada um de nós, o actual primeiro-ministro entrou a matar em privilégios e distorções que se foram instalando depois de 1974.
Está a tentar trazer o país para o século XXI, liquidando uma burocracia feita de obstáculos, cunhas e corrupção mais ou menos generalizada.
Perante esse propósito erguem-se os protestos daqueles que beneficiavam com o status: função pública (administração), magistrados, professores e só ainda não saltaram para a ribalta os médicos porque ainda não se chegou lá: não se pode combater uma guerra em demasiadas frentes ou a derrota é inevitável.
O país está a mudar. A mudança não se faz de repente, mas se o Estado português conseguir abandonar a sua posição de perturbador, de “complicador” da vida dos cidadãos, já terá sido dado um passo de gigante no abanar da estagnação e do conformismo.
Por isso, este blog teve dificuldades em manter a tónica. Em Fevereiro e de novo em Agosto, tive oportunidade de viajar pela Escandinávia, deambular com tempo suficiente para observar as terras e as pessoas, o seu modo de vida, as suas preferências e os seus tiques. Estas experiências confirmam-me que o caminho é aquele que está a ser seguido. A distância que nos separa dos nórdicos, no campo da modernização e das atitudes individuais e colectivas, é tão grande que vão ser precisos anos para lá chegarmos, mas o caminho é este.
Não quero com isto dizer que aplaudo em absoluto e incondicionalmente tudo o que tem sido feito, mas, globalmente, entendo que o sentido é este.
Desiludam-se, portanto, aqueles que possam esperar que eu alinhe na maledicência pura e gratuita. Para isso existem, por certo, os blogs de direita.
Estávamos então em mais um dos vários governos que tanto se empenharam em tomar medidas descabeladas, em não atacar os problemas com seriedade, isto é, que fizeram mais do mesmo e trataram o país como uma quinta, que iam gerindo a coisa pública em função de ambições pessoais, carreiras políticas ou interesses partidários.
Então, como agora, os governados, por sua vez, alinharam num ferrabodó consumista de novos-ricos, assumindo a exteriorização da riqueza (que não têm) materializada nos telemóveis, nos écrans TFT e Plasma, nas peregrinações ao Brasil, etc.
Em simultâneo, apercebendo-se da tendência eleitoraleira dos partidos no poder, desatou tudo a fazer reivindicações, justas, na maioria dos casos, insustentáveis num país pelintra, quase sempre.
Grupos poderosos como o dos professores conseguiram elevar a fasquia até ao nível dos terceiros mais bem pagos em todo o mundo.
Muitos dos salários da função pública são mais altos do que os seus pares na bem sucedida Espanha.
Enfim, um blog que nasceu para criticar o poder, tocando apenas ao de leve nos tiques dos governados, acaba por criar uma “clientela” de leitores críticos, num país que se sente melhor a criticar do que a aplaudir.
Quer queiramos quer não, e por muito que isso colida com os interesses de cada um de nós, o actual primeiro-ministro entrou a matar em privilégios e distorções que se foram instalando depois de 1974.
Está a tentar trazer o país para o século XXI, liquidando uma burocracia feita de obstáculos, cunhas e corrupção mais ou menos generalizada.
Perante esse propósito erguem-se os protestos daqueles que beneficiavam com o status: função pública (administração), magistrados, professores e só ainda não saltaram para a ribalta os médicos porque ainda não se chegou lá: não se pode combater uma guerra em demasiadas frentes ou a derrota é inevitável.
O país está a mudar. A mudança não se faz de repente, mas se o Estado português conseguir abandonar a sua posição de perturbador, de “complicador” da vida dos cidadãos, já terá sido dado um passo de gigante no abanar da estagnação e do conformismo.
Por isso, este blog teve dificuldades em manter a tónica. Em Fevereiro e de novo em Agosto, tive oportunidade de viajar pela Escandinávia, deambular com tempo suficiente para observar as terras e as pessoas, o seu modo de vida, as suas preferências e os seus tiques. Estas experiências confirmam-me que o caminho é aquele que está a ser seguido. A distância que nos separa dos nórdicos, no campo da modernização e das atitudes individuais e colectivas, é tão grande que vão ser precisos anos para lá chegarmos, mas o caminho é este.
Não quero com isto dizer que aplaudo em absoluto e incondicionalmente tudo o que tem sido feito, mas, globalmente, entendo que o sentido é este.
Desiludam-se, portanto, aqueles que possam esperar que eu alinhe na maledicência pura e gratuita. Para isso existem, por certo, os blogs de direita.