segunda-feira, setembro 25, 2006
Pérolas a porcos
Habituados que estamos a blocos noticiosos que nos relatam ataques bombistas, genocídios em Darfur ou invasões de países soberanos, já assistimos a tudo com uma quase neutralidade insensível.
Provavelmente, já só a proximidade dos acontecimentos nos toca bem fundo. Ou então, porque nos atiram à cara com uma realidade que teimamos em não ver.
Já em tempos aqui me referi ao drama daqueles que, apanhados pelas deslocalizações e demasiado novos para se reformarem, mas demasiado velhos para arranjarem novo emprego, antevêem um triste fim de vida.
É gente tratada como peças descartáveis de uma sociedade desumanizada e virada exclusivamente para o lucro.
Vem isto tudo, de novo, a propósito das notícias da noite de ontem na SIC.
Passam-nos pelos olhos duas situações distintas mas complementares e sintomáticas.
A primeira, de um jornalista “de cabelos brancos” perto dos sessenta anos e agora no desemprego. Com um currículo notável, pensaríamos que seria uma mais valia para qualquer empresa dos media. Parece que não, é demasiado velho…
Significa isto que a experiência acumulada, a cultura consolidada e a sensatez e prudência que crescem com a idade, não têm qualquer valorização. Talvez a presença de homens como este numa redacção, pudesse evitar tanta mediocridade flagrante.
Logo a seguir, somos bombardeados com várias situações de “sobrehabilitados”, indivíduos que construíram uma carreira baseada na acumulação de saber, na investigação científica, no apuramento de boas práticas e que não têm lugar no sistema produtivo português.
Será, talvez, fruto desta atitude dos investidores nacionais, que vemos as indústrias em Portugal fazerem mais do mesmo, não apostando na investigação e desenvolvimento como modo de ultrapassarem as várias concorrências que se vão perfilando no horizonte.
Poucas são as empresas que entenderam que a política de salários baixos para trabalhadores não qualificados as condena ao insucesso.
De pouco adianta qualquer aposta numa aprendizagem de excelência se, depois, os investidores e empresários entendem que o salário pago a um especialista fortemente qualificado é um passo a menos para a compra do Ferrari ou da vivenda no Algarve.
Mais depressa contratariam um especialista que os ensinasse a fugir aos impostos, do que alguém que lhes consolidasse o negócio e lhes desse perspectivas de futuro.
Mas é com gente desta que temos de viver e, no final, as fronteiras nacionais ficam cada vez mais apetecíveis… como porta de saída.
Deitam-se fora as pérolas e fica-se com os porcos!
Provavelmente, já só a proximidade dos acontecimentos nos toca bem fundo. Ou então, porque nos atiram à cara com uma realidade que teimamos em não ver.
Já em tempos aqui me referi ao drama daqueles que, apanhados pelas deslocalizações e demasiado novos para se reformarem, mas demasiado velhos para arranjarem novo emprego, antevêem um triste fim de vida.
É gente tratada como peças descartáveis de uma sociedade desumanizada e virada exclusivamente para o lucro.
Vem isto tudo, de novo, a propósito das notícias da noite de ontem na SIC.
Passam-nos pelos olhos duas situações distintas mas complementares e sintomáticas.
A primeira, de um jornalista “de cabelos brancos” perto dos sessenta anos e agora no desemprego. Com um currículo notável, pensaríamos que seria uma mais valia para qualquer empresa dos media. Parece que não, é demasiado velho…
Significa isto que a experiência acumulada, a cultura consolidada e a sensatez e prudência que crescem com a idade, não têm qualquer valorização. Talvez a presença de homens como este numa redacção, pudesse evitar tanta mediocridade flagrante.
Logo a seguir, somos bombardeados com várias situações de “sobrehabilitados”, indivíduos que construíram uma carreira baseada na acumulação de saber, na investigação científica, no apuramento de boas práticas e que não têm lugar no sistema produtivo português.
Será, talvez, fruto desta atitude dos investidores nacionais, que vemos as indústrias em Portugal fazerem mais do mesmo, não apostando na investigação e desenvolvimento como modo de ultrapassarem as várias concorrências que se vão perfilando no horizonte.
Poucas são as empresas que entenderam que a política de salários baixos para trabalhadores não qualificados as condena ao insucesso.
De pouco adianta qualquer aposta numa aprendizagem de excelência se, depois, os investidores e empresários entendem que o salário pago a um especialista fortemente qualificado é um passo a menos para a compra do Ferrari ou da vivenda no Algarve.
Mais depressa contratariam um especialista que os ensinasse a fugir aos impostos, do que alguém que lhes consolidasse o negócio e lhes desse perspectivas de futuro.
Mas é com gente desta que temos de viver e, no final, as fronteiras nacionais ficam cada vez mais apetecíveis… como porta de saída.
Deitam-se fora as pérolas e fica-se com os porcos!
quinta-feira, setembro 21, 2006
Quotidiano passado
Tempo: início do ano lectivo passado.
Lugar: portão principal da Escola Drª Maria Alice Gouveia, em Coimbra
Intervenientes: quatro ou cinco mães, todas igualmente professoras, acompanhadas de não mais de sete ou oito miúdos.
Palavra de ordem: “QUEREMOS OS FUROS”.
(Sem comentários)
Lugar: portão principal da Escola Drª Maria Alice Gouveia, em Coimbra
Intervenientes: quatro ou cinco mães, todas igualmente professoras, acompanhadas de não mais de sete ou oito miúdos.
Palavra de ordem: “QUEREMOS OS FUROS”.
(Sem comentários)
quarta-feira, setembro 20, 2006
Operatus est
Devo dizer que não sou um frequentador (utilizador) assíduo dos blocos operatórios e, por isso, estou à vontade para falar.
Refiro-me à introdução de taxas moderadoras em intervenções cirúrgicas. Esta não lembra ao diabo.
Até nem acredito que haja viciados em cirurgias e que, por isso, tenha de se controlar o abuso de utilização.
Não estou a ver que alguém acorde e diga: hoje apetece-me mesmo ser operado!
Ora, se o ministro actuasse a outros níveis para controlar custos, em vez de atirar para o mesmo de sempre com a resolução do défice, andaria bem melhor.
Refiro-me à introdução de taxas moderadoras em intervenções cirúrgicas. Esta não lembra ao diabo.
Até nem acredito que haja viciados em cirurgias e que, por isso, tenha de se controlar o abuso de utilização.
Não estou a ver que alguém acorde e diga: hoje apetece-me mesmo ser operado!
Ora, se o ministro actuasse a outros níveis para controlar custos, em vez de atirar para o mesmo de sempre com a resolução do défice, andaria bem melhor.
Fico à espera que me digam agora contra quem estou a destilar ódio… (hi,hi,hi)
quinta-feira, setembro 14, 2006
Quotidiano
Como habitualmente, tomo café, de pé, ao balcão.
A empregada que me atende vai conversando com uma amiga que está a meu lado saboreando o seu café.
A amiga pergunta-lhe se deixa os filhos verem um programa qualquer da televisão.
Responde-lhe a empregada que não pode impedir porque cada um tem uma televisão no quarto.
Fiquei a pensar para comigo: com tal poder de compra, deve ter a casa cheia de livros!
Orgulhosamente originais
Um dos graves problemas que este país sempre enfrentou e continua a enfrentar, são as pessoas.
Não que em substância sejam diferentes dos outros, que tenham algo a mais ou a menos que, à nascença, lhes incuta uma forma especial de estar na vida ou uma atitude particular para encarar os problemas. Mas temos um folclore muito nosso no modo como enfrentamos o trabalho, como assumimos as responsabilidades e como nos pensamos a nós mesmos.
Um dos tiques mais na moda consiste em perguntarmos se este país tem hipótese, se é viável…
Não tenho ideia que exista outra sociedade em que esta pergunta se coloque. O que se põe em cima da mesa é algo bem diferente: como é que podemos ser viáveis, o que é que é preciso fazer.
Outra questão passa por cada um de nós olhar demasiado para o seu umbigo, para os seus interesses domésticos, argumentando de forma brilhante para tentar esconder aquilo que muitas das vezes é óbvio.
Por outro lado, recorre-se com frequência à discussão de uma amálgama de assuntos para, na misturada, se baralharem as questões e aproveitar para dar como provado aquilo que, de facto, não o está.
É o caso das muitas discussões em torno do ensino ou dos professores que, ao meterem todos os níveis de ensino no mesmo saco, só contribuem para que, no final, se obtenha uma conclusão de confusão generalizada sem que se consiga retirar qualquer conclusão construtiva.
Se eu, por exemplo, disser que os professores, até há pouco tempo, tinham na prática três meses de férias por ano, estou a dizer uma verdade e a cometer um erro injusto.
Se eu disser que um professor com quarenta anos de idade pode ter uma redução de horário de trabalho de oito a dez horas volto a errar e a acertar em simultâneo.
É que, na realidade, a grande maioria dos professores beneficiava na prática de três meses de férias, enquanto os outros se viam aflitos para conseguirem concretizar um mês de descanso.
Por mais que me digam que a docência é cansativa, ninguém me conseguirá convencer que esse cansaço será superior ao de tantas outras profissões, com ou sem licenciatura, onde as férias são o comum mesito.
Do mesmo modo que também nunca me convencerão do fundamento da redução de horário para um indivíduo na plenitude das suas capacidades e na melhor fase do seu rendimento.
Quando se toca em interesses próprios ou alheios, mas defendidos por convicção, entramos no domínio da clubite aguda que nos tolda a visão.
Eu diria que, se acham que tudo está bem, que nada há para mudar, então, nas próximas eleições votemos em alguém que não tenha qualquer proposta ou que se proponha a manter tudo como está.
Certo é que o caminho que seguimos neste anos de democracia não nos conduziu a um ensino de qualidade, pelo menos a avaliar pelo produto final…
É certo que cada ministro, ao ser empossado, decide deixar a sua marca, virando tudo do avesso, iniciando mais uma das milhentas reformas, baseando-se em teorias as mais das vezes descabeladas, baralhando professores, pais e, principalmente, alunos.
Mas não seria bom que os docentes olhassem seriamente e com desapego individualista para si mesmos? Porque é que, para os docentes, os males do ensino estão sempre nos outros?
Creio não andar longe da verdade se disser que tem existido uma análise muito parcial da realidade sempre que os organismos representativos dos professores se pronunciam sobre ensino.
Mas voltarei a este tema, com mais detalhe e casos concretos.
Por agora, e a propósito do comentário consternado da Salomé, fiquemos por aqui.
Não que em substância sejam diferentes dos outros, que tenham algo a mais ou a menos que, à nascença, lhes incuta uma forma especial de estar na vida ou uma atitude particular para encarar os problemas. Mas temos um folclore muito nosso no modo como enfrentamos o trabalho, como assumimos as responsabilidades e como nos pensamos a nós mesmos.
Um dos tiques mais na moda consiste em perguntarmos se este país tem hipótese, se é viável…
Não tenho ideia que exista outra sociedade em que esta pergunta se coloque. O que se põe em cima da mesa é algo bem diferente: como é que podemos ser viáveis, o que é que é preciso fazer.
Outra questão passa por cada um de nós olhar demasiado para o seu umbigo, para os seus interesses domésticos, argumentando de forma brilhante para tentar esconder aquilo que muitas das vezes é óbvio.
Por outro lado, recorre-se com frequência à discussão de uma amálgama de assuntos para, na misturada, se baralharem as questões e aproveitar para dar como provado aquilo que, de facto, não o está.
É o caso das muitas discussões em torno do ensino ou dos professores que, ao meterem todos os níveis de ensino no mesmo saco, só contribuem para que, no final, se obtenha uma conclusão de confusão generalizada sem que se consiga retirar qualquer conclusão construtiva.
Se eu, por exemplo, disser que os professores, até há pouco tempo, tinham na prática três meses de férias por ano, estou a dizer uma verdade e a cometer um erro injusto.
Se eu disser que um professor com quarenta anos de idade pode ter uma redução de horário de trabalho de oito a dez horas volto a errar e a acertar em simultâneo.
É que, na realidade, a grande maioria dos professores beneficiava na prática de três meses de férias, enquanto os outros se viam aflitos para conseguirem concretizar um mês de descanso.
Por mais que me digam que a docência é cansativa, ninguém me conseguirá convencer que esse cansaço será superior ao de tantas outras profissões, com ou sem licenciatura, onde as férias são o comum mesito.
Do mesmo modo que também nunca me convencerão do fundamento da redução de horário para um indivíduo na plenitude das suas capacidades e na melhor fase do seu rendimento.
Quando se toca em interesses próprios ou alheios, mas defendidos por convicção, entramos no domínio da clubite aguda que nos tolda a visão.
Eu diria que, se acham que tudo está bem, que nada há para mudar, então, nas próximas eleições votemos em alguém que não tenha qualquer proposta ou que se proponha a manter tudo como está.
Certo é que o caminho que seguimos neste anos de democracia não nos conduziu a um ensino de qualidade, pelo menos a avaliar pelo produto final…
É certo que cada ministro, ao ser empossado, decide deixar a sua marca, virando tudo do avesso, iniciando mais uma das milhentas reformas, baseando-se em teorias as mais das vezes descabeladas, baralhando professores, pais e, principalmente, alunos.
Mas não seria bom que os docentes olhassem seriamente e com desapego individualista para si mesmos? Porque é que, para os docentes, os males do ensino estão sempre nos outros?
Creio não andar longe da verdade se disser que tem existido uma análise muito parcial da realidade sempre que os organismos representativos dos professores se pronunciam sobre ensino.
Mas voltarei a este tema, com mais detalhe e casos concretos.
Por agora, e a propósito do comentário consternado da Salomé, fiquemos por aqui.
segunda-feira, setembro 11, 2006
Regresso em síntese
Quem segue este blog desde o seu início nas páginas do Sapo, sabe que ele nasceu da necessidade de contrariar e denunciar a estupidez alheia (outros que critiquem a minha).
Estávamos então em mais um dos vários governos que tanto se empenharam em tomar medidas descabeladas, em não atacar os problemas com seriedade, isto é, que fizeram mais do mesmo e trataram o país como uma quinta, que iam gerindo a coisa pública em função de ambições pessoais, carreiras políticas ou interesses partidários.
Então, como agora, os governados, por sua vez, alinharam num ferrabodó consumista de novos-ricos, assumindo a exteriorização da riqueza (que não têm) materializada nos telemóveis, nos écrans TFT e Plasma, nas peregrinações ao Brasil, etc.
Em simultâneo, apercebendo-se da tendência eleitoraleira dos partidos no poder, desatou tudo a fazer reivindicações, justas, na maioria dos casos, insustentáveis num país pelintra, quase sempre.
Grupos poderosos como o dos professores conseguiram elevar a fasquia até ao nível dos terceiros mais bem pagos em todo o mundo.
Muitos dos salários da função pública são mais altos do que os seus pares na bem sucedida Espanha.
Enfim, um blog que nasceu para criticar o poder, tocando apenas ao de leve nos tiques dos governados, acaba por criar uma “clientela” de leitores críticos, num país que se sente melhor a criticar do que a aplaudir.
Quer queiramos quer não, e por muito que isso colida com os interesses de cada um de nós, o actual primeiro-ministro entrou a matar em privilégios e distorções que se foram instalando depois de 1974.
Está a tentar trazer o país para o século XXI, liquidando uma burocracia feita de obstáculos, cunhas e corrupção mais ou menos generalizada.
Perante esse propósito erguem-se os protestos daqueles que beneficiavam com o status: função pública (administração), magistrados, professores e só ainda não saltaram para a ribalta os médicos porque ainda não se chegou lá: não se pode combater uma guerra em demasiadas frentes ou a derrota é inevitável.
O país está a mudar. A mudança não se faz de repente, mas se o Estado português conseguir abandonar a sua posição de perturbador, de “complicador” da vida dos cidadãos, já terá sido dado um passo de gigante no abanar da estagnação e do conformismo.
Por isso, este blog teve dificuldades em manter a tónica. Em Fevereiro e de novo em Agosto, tive oportunidade de viajar pela Escandinávia, deambular com tempo suficiente para observar as terras e as pessoas, o seu modo de vida, as suas preferências e os seus tiques. Estas experiências confirmam-me que o caminho é aquele que está a ser seguido. A distância que nos separa dos nórdicos, no campo da modernização e das atitudes individuais e colectivas, é tão grande que vão ser precisos anos para lá chegarmos, mas o caminho é este.
Não quero com isto dizer que aplaudo em absoluto e incondicionalmente tudo o que tem sido feito, mas, globalmente, entendo que o sentido é este.
Desiludam-se, portanto, aqueles que possam esperar que eu alinhe na maledicência pura e gratuita. Para isso existem, por certo, os blogs de direita.
Estávamos então em mais um dos vários governos que tanto se empenharam em tomar medidas descabeladas, em não atacar os problemas com seriedade, isto é, que fizeram mais do mesmo e trataram o país como uma quinta, que iam gerindo a coisa pública em função de ambições pessoais, carreiras políticas ou interesses partidários.
Então, como agora, os governados, por sua vez, alinharam num ferrabodó consumista de novos-ricos, assumindo a exteriorização da riqueza (que não têm) materializada nos telemóveis, nos écrans TFT e Plasma, nas peregrinações ao Brasil, etc.
Em simultâneo, apercebendo-se da tendência eleitoraleira dos partidos no poder, desatou tudo a fazer reivindicações, justas, na maioria dos casos, insustentáveis num país pelintra, quase sempre.
Grupos poderosos como o dos professores conseguiram elevar a fasquia até ao nível dos terceiros mais bem pagos em todo o mundo.
Muitos dos salários da função pública são mais altos do que os seus pares na bem sucedida Espanha.
Enfim, um blog que nasceu para criticar o poder, tocando apenas ao de leve nos tiques dos governados, acaba por criar uma “clientela” de leitores críticos, num país que se sente melhor a criticar do que a aplaudir.
Quer queiramos quer não, e por muito que isso colida com os interesses de cada um de nós, o actual primeiro-ministro entrou a matar em privilégios e distorções que se foram instalando depois de 1974.
Está a tentar trazer o país para o século XXI, liquidando uma burocracia feita de obstáculos, cunhas e corrupção mais ou menos generalizada.
Perante esse propósito erguem-se os protestos daqueles que beneficiavam com o status: função pública (administração), magistrados, professores e só ainda não saltaram para a ribalta os médicos porque ainda não se chegou lá: não se pode combater uma guerra em demasiadas frentes ou a derrota é inevitável.
O país está a mudar. A mudança não se faz de repente, mas se o Estado português conseguir abandonar a sua posição de perturbador, de “complicador” da vida dos cidadãos, já terá sido dado um passo de gigante no abanar da estagnação e do conformismo.
Por isso, este blog teve dificuldades em manter a tónica. Em Fevereiro e de novo em Agosto, tive oportunidade de viajar pela Escandinávia, deambular com tempo suficiente para observar as terras e as pessoas, o seu modo de vida, as suas preferências e os seus tiques. Estas experiências confirmam-me que o caminho é aquele que está a ser seguido. A distância que nos separa dos nórdicos, no campo da modernização e das atitudes individuais e colectivas, é tão grande que vão ser precisos anos para lá chegarmos, mas o caminho é este.
Não quero com isto dizer que aplaudo em absoluto e incondicionalmente tudo o que tem sido feito, mas, globalmente, entendo que o sentido é este.
Desiludam-se, portanto, aqueles que possam esperar que eu alinhe na maledicência pura e gratuita. Para isso existem, por certo, os blogs de direita.