segunda-feira, março 27, 2006

 

Impressões da Dinamarca

A primeira impressão que se tem de Copenhaga é a de uma cidade sem trânsito. Não há filas nem engarrafamentos.
Sobressai também a uniformidade de volume dos edifícios, sem grandes torres, à excepção de uma ou outra nos arredores. Voltaria a encontrar esta imagem em Estocolmo.
Apesar da temperatura máxima de zero graus, deparei-me com um maior número de bicicletas a circularem em pistas próprias do que na Holanda. Verdadeiramente, circulam mais bicicletas e transportes públicos do que automóveis.
Acresce que não se vê qualquer veículo a circular em excesso de velocidade. Parece um povo sem pressa.
E aqui surge a segunda impressão forte desta cidade: a expressão de tranquilidade dos dinamarqueses. Não se vêem rostos crispados, tensos. Em todo o lado somos atendidos com disponibilidade e simpatia, expressa num sorriso de boas-vindas.
É uma cidade que, sem ser propriamente bonita, agrada pela limpeza, pela arrumação dos espaços, pela ausência do atafulhamento de carros nas ruas, tão próprio das cidades do Sul.
O contacto com os dinamarqueses reserva ainda uma agradável surpresa: toda a gente, literalmente toda, fala inglês. Desde a empregada do hotel que arruma as mesas, a quem eu pedi um café para recuperar de uma noite mal dormida à conta da Ibéria, até ao revisor do comboio. E falam um inglês correctíssimo!!!
Vamos agora ao lado mau da coisa.
Preço de um café, mesmo que seja ao balcão: 4,50 €. Isso, novecentos paus!
Uma cerveja: 4 €. Isso mesmo, Oitocentos escudos, em dinheiro de gente!
Uma refeição abaixo de 15 €, só se for de piza e não se pode comer muita.
Isto é, o custo de vida para o desgraçado, improdutivo e deficitado português, é uma catástrofe.
Até os bilhetes de comboio são pela hora da morte.
E, no entanto, aquela gente tem um ar de felicidade que deixa antever salários altos e benefícios sociais que lhes dão a tranquilidade que se vê…
Já agora: apesar das ameaças muçulmanas, saímos do avião, atravessamos o edifício do aeroporto e ninguém nos pede passaporte, não se vê um polícia sequer. Parece que não os levaram muito a sério, porque, mesmo nas ruas, durante aqueles dias todos, apenas vi um carro da polícia.
Em suma, tirando o custo de vida, fiquei cliente.
E se sois leitores machos, ficai sabendo que se vêm nas ruas as caras mais bonitas que se possam desejar: um verdadeiro bálsamo, para quem teve de suportar temperaturas que chegaram aos cinco negativos.

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