sexta-feira, janeiro 13, 2006
Eu escuto, tu escutas, ele escuta... nós somos escutados
Pronto!!! Está o problema resolvido... Vamos ter um inquérito que terá dez anos para apurar responsabilidades. No final dessa tarefa árdua e dedicada, ficaremos a saber que a culpa foi do sistema ou de um erro informático ou, em última análise, da imperfeição humana que o deus criador incutiu em todos nós (uns mais que outros, que ainda agora passei por uma ruiva que não parecia padecer de qualquer imperfeição).
Senhor Procurador Geral: por muito menos, eu, que tenho alguma vergonha na cara, já me tinha demitido.
Não que o Senhor tenha culpa, que provavelmente nem tem, mas porque tem sobre si a responsabilidade de controlar, de garantir o cumprimento da Constituição da República, como titular do orgão de soberania designado por Poder Judicial.
Dizem algumas vozes maviosas (não, não troquei o F por um V) que não houve propriamente escutas, que é só uma relação de chamadas telefónicas.
Oh iluminados retorcedores da verdade: averiguar quem liga para quem, independentemente de se saber o que se diz, já é uma violação do direito à reserva da vida íntima!
Poderão assim ter ficado a saber que o Presidente de qualquer coisa telefonou para o Elefante Branco, ou que a mulher do Engenheiro não sei quantos liga frequentemente para um certo psiquiatra e que o casal X contacta frequentemente com um outro casal referenciado por pertencer a um círculo de swing.
Como se vê, tudo matérias relevantes para a averiguação do caso Casa Pia.
E ainda não querem que eu diga, desde o princípio, que muita coisa neste caso me cheira a esturro?