sexta-feira, outubro 07, 2005
Afinal vou votar!!!
Tinha decidido não votar, pelas razões que já aqui apontei.
De facto, o actual presidente, candidato à autarquia de Coimbra, que é do PSD, não tem capacidade nem para liderar uma mercearia.
O candidato do PS, por sua vez, já demonstrou a sua incapacidade nos diversos cargos que ocupou.
Ambos têm o perfil desejado pelos grandes partidos: são profissionais da política, agarrados à máquina partidária, bloqueando qualquer renovação dos quadros partidários, num baralhar e voltar a dar que descambou na situação caricata de termos o ancião Mário Soares a voltar à guerra política.
Mas um dia destes cruzei-me com um velho colega de curso, daqueles que tinha tudo nas mãos para ser hoje um dos notáveis da política, ter casa no Algarve e a simpatia dos empreiteiros e investidores em geral.
Filho de um reitor da Universidade de Coimbra, dotado de uma inteligência e cultura invulgares, bastar-lhe-ia ter apanhado a boleia de PS ou PSD e altos voos o esperavam.
Vi-o na sua carrinha velha (muito velha mesmo) e ferrugenta esperando alguém à porta da escola. Vi-o mais tarde dirigindo-se a pé para a Câmara de Coimbra (e ainda é longe).
Saiu-lhe cara a coerência de se manter desde a juventude ligado ao PCP, como funcionário. De, certo ou errado, manter a firmeza das convicções, em vez de vergar a coluna ao sabor dos ventos do interesse.
Decidi então: aqui está um homem que merece o meu voto.
Votarei no homem, não na ideologia.
Antes que os poucos sobreviventes à tentação do oportunismo desapareçam, seguindo o rumo do personagem principal do “Inverno do nosso descontentamento”, vendendo a alma ao diabo em nome da possibilidade de comprar jeans de marca aos filhos e um carro alemão.
Este sim, será um voto útil.
De facto, o actual presidente, candidato à autarquia de Coimbra, que é do PSD, não tem capacidade nem para liderar uma mercearia.
O candidato do PS, por sua vez, já demonstrou a sua incapacidade nos diversos cargos que ocupou.
Ambos têm o perfil desejado pelos grandes partidos: são profissionais da política, agarrados à máquina partidária, bloqueando qualquer renovação dos quadros partidários, num baralhar e voltar a dar que descambou na situação caricata de termos o ancião Mário Soares a voltar à guerra política.
Mas um dia destes cruzei-me com um velho colega de curso, daqueles que tinha tudo nas mãos para ser hoje um dos notáveis da política, ter casa no Algarve e a simpatia dos empreiteiros e investidores em geral.
Filho de um reitor da Universidade de Coimbra, dotado de uma inteligência e cultura invulgares, bastar-lhe-ia ter apanhado a boleia de PS ou PSD e altos voos o esperavam.
Vi-o na sua carrinha velha (muito velha mesmo) e ferrugenta esperando alguém à porta da escola. Vi-o mais tarde dirigindo-se a pé para a Câmara de Coimbra (e ainda é longe).
Saiu-lhe cara a coerência de se manter desde a juventude ligado ao PCP, como funcionário. De, certo ou errado, manter a firmeza das convicções, em vez de vergar a coluna ao sabor dos ventos do interesse.
Decidi então: aqui está um homem que merece o meu voto.
Votarei no homem, não na ideologia.
Antes que os poucos sobreviventes à tentação do oportunismo desapareçam, seguindo o rumo do personagem principal do “Inverno do nosso descontentamento”, vendendo a alma ao diabo em nome da possibilidade de comprar jeans de marca aos filhos e um carro alemão.
Este sim, será um voto útil.