sábado, agosto 27, 2005

 

Brincar aos países

Esta NOTÍCIA, ao referir que Portugal deixou de ser apetecível para o investimento estrangeiro, sendo substituída por países como a Polónia, a Republica Checa ou a Letónia, demonstra à evidência que temos andado a brincar aos países. Todos, dos governantes ao cidadão comum.
É certo que os antigos países de Leste estiveram sob regimes comunistas e que uma das apostas destes sempre foi o ensino, enquanto nós estivemos sob um regime bafiento de sacristia. Mas a democracia já tem trinta e um anos em Portugal: são três décadas que se têm feito sem um rumo definido, com avanços e recuos.
Os novos destinos do investimento são países com uma mão-de-obra disciplinada mas sobretudo bem preparada.
No nosso caso, os milhões que têm sido gastos em formação profissional parecem não produzir grande efeito.
Os polacos bem podem ter as piores estradas da Europa comunitária, conjuntamente com os checos terem um parque automóvel ridiculamente velho, terem menos telemóveis e televisões que nós: eles têm futuro, nós temos o passado glorioso dos descobrimentos e uma classe política que se move no corredor estreito entre Lisboa e o Algarve, e trabalhadores que em simultâneo trabalham e discutem as diatribes do futebol ou do Castelo Branco.
Temos a sorte que merecemos: espera-nos o empobrecimento progressivo.

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