quinta-feira, abril 14, 2005
As vinhas da ira
Desde miúdo que me fui habituando a ver os judeus como um povo vítima.
Começando pelo Egipto dos faraós, até Hitler, passando pela santa madre Igreja, várias foram as violências inaceitáveis e bárbaras cometidas sobre o povo judeu.
Ao longo da minha vida, as imagens e relatos dos campos de concentração foram acentuando esse sentimento.
Acontece que na Terça-feira passada, no canal 2, passou uma reportagem de fundo, sem comentários e, ainda por cima, patrocinada por uma qualquer instituição oficial israelita, que me deixou com uma náusea e uma revolta tais, que tive de deixar passar algum tempo para não escrever a quente.
Reportagem feita sem maquilhagens, faz passar à nossa frente a imagem humana dos territórios ocupados. De gente paupérrima permanentemente humilhada, tratada com arbitrariedade por polícias de fronteira imberbes, que usam a arrogância das armas para espezinharem um povo tão antigo como eles (e que não fosse).
Imagens que não descrevo porque só a sua visualização permite entender e sentir.
Velhos e crianças tratados como gado, numa imagem semelhante a outras em que as vítimas eram judeus. Um velho, proibido de regressar a casa, pega no saco e diz: vou passar, matem-me, prendam-me, mas vou para casa. Se isto é assim à frente de uma câmara, como será às escondidas da opinião pública?
Estranho este comportamento de um povo que já foi martirizado.
Dei comigo a sentir a revolta dos palestinianos, a entender que assim o ódio só pode aumentar.
De repente, por um momento, achei que Hitler tinha matado poucos, que a Igreja e o seu santo Tribunal do Santo Ofício tinham razão. Por isso tive de esperar que a revolta esmorecesse em mim para que o impensável não aparecesse aqui escrito, para que não dissesse aquilo que critico aos outros.
Senti que se fosse palestiniano apoiaria a luta armada.
Passada que foi a emoção, digo apenas que é inadmissível que a situação que se vive entre palestinianos e israelitas não seja objecto de uma intervenção firme por parte da comunidade internacional.
Todos os dias ali são cavadas mais fundo as vinhas da ira.
Começando pelo Egipto dos faraós, até Hitler, passando pela santa madre Igreja, várias foram as violências inaceitáveis e bárbaras cometidas sobre o povo judeu.
Ao longo da minha vida, as imagens e relatos dos campos de concentração foram acentuando esse sentimento.
Acontece que na Terça-feira passada, no canal 2, passou uma reportagem de fundo, sem comentários e, ainda por cima, patrocinada por uma qualquer instituição oficial israelita, que me deixou com uma náusea e uma revolta tais, que tive de deixar passar algum tempo para não escrever a quente.
Reportagem feita sem maquilhagens, faz passar à nossa frente a imagem humana dos territórios ocupados. De gente paupérrima permanentemente humilhada, tratada com arbitrariedade por polícias de fronteira imberbes, que usam a arrogância das armas para espezinharem um povo tão antigo como eles (e que não fosse).
Imagens que não descrevo porque só a sua visualização permite entender e sentir.
Velhos e crianças tratados como gado, numa imagem semelhante a outras em que as vítimas eram judeus. Um velho, proibido de regressar a casa, pega no saco e diz: vou passar, matem-me, prendam-me, mas vou para casa. Se isto é assim à frente de uma câmara, como será às escondidas da opinião pública?
Estranho este comportamento de um povo que já foi martirizado.
Dei comigo a sentir a revolta dos palestinianos, a entender que assim o ódio só pode aumentar.
De repente, por um momento, achei que Hitler tinha matado poucos, que a Igreja e o seu santo Tribunal do Santo Ofício tinham razão. Por isso tive de esperar que a revolta esmorecesse em mim para que o impensável não aparecesse aqui escrito, para que não dissesse aquilo que critico aos outros.
Senti que se fosse palestiniano apoiaria a luta armada.
Passada que foi a emoção, digo apenas que é inadmissível que a situação que se vive entre palestinianos e israelitas não seja objecto de uma intervenção firme por parte da comunidade internacional.
Todos os dias ali são cavadas mais fundo as vinhas da ira.