sábado, março 26, 2005
Duvido, logo existo!
É por estas e por outras que nunca hei-de chegar a primeiro-ministro: tenho dúvidas, engano-me. Ao contrário do outro que nunca se enganava e raramente tinha dúvidas.
Vem isto a propósito da agitação que corre por estes dias nos Estados Unidos face ao caso Terri Schiavo, a tal mulher que está há anos em estado vegetativo.
Se em relação a todos os casos em que existe consciência e capacidade de exprimir a vontade, como foi o caso agora transposto para cinema de Ramon Sampedro, não me ficam quaisquer dúvidas em aceitar a eutanásia, o mesmo já não acontece relativamente ao caso de alguém que estando em vida vegetativa não consegue manifestar a sua vontade.
No caso de Sampedro ou no de uma mulher que na SIC Notícias dizia que a deviam deixar morrer, que aquilo não é vida, trata-se de opções pessoais, de uma forma de suicídio que a pessoa só não comete por disso estar fisicamente incapacitada.
Para mim, essa vontade deve ser respeitada.
Quanto ao caso Terri, surgem-me algumas dúvidas.
Embora eu tenha para mim como certo que aquele estado não constitui vida, nada me garante que em alguns casos, para o próprio, não possa ser preferível esse estado, ainda poder sentir a presença dos que lhe são queridos, do que deixar de existir.
A questão parece residir no facto de a pessoa ter ou não emoções, sentir ou não a presença dos entes que estima, reconhecê-los, etc.
A essa pergunta só a ciência pode dar resposta. Mas, como em quase tudo na vida, como se dizia no “Erro de Descartes”, não há raciocínio sem emoção, logo também a ciência parece estar a ser emotiva neste caso.
Só me chateia solenemente que esta minha dúvida se aproxime das posições dos fanáticos religiosos que abomino.
E continuo com dúvidas.
Vem isto a propósito da agitação que corre por estes dias nos Estados Unidos face ao caso Terri Schiavo, a tal mulher que está há anos em estado vegetativo.
Se em relação a todos os casos em que existe consciência e capacidade de exprimir a vontade, como foi o caso agora transposto para cinema de Ramon Sampedro, não me ficam quaisquer dúvidas em aceitar a eutanásia, o mesmo já não acontece relativamente ao caso de alguém que estando em vida vegetativa não consegue manifestar a sua vontade.
No caso de Sampedro ou no de uma mulher que na SIC Notícias dizia que a deviam deixar morrer, que aquilo não é vida, trata-se de opções pessoais, de uma forma de suicídio que a pessoa só não comete por disso estar fisicamente incapacitada.
Para mim, essa vontade deve ser respeitada.
Quanto ao caso Terri, surgem-me algumas dúvidas.
Embora eu tenha para mim como certo que aquele estado não constitui vida, nada me garante que em alguns casos, para o próprio, não possa ser preferível esse estado, ainda poder sentir a presença dos que lhe são queridos, do que deixar de existir.
A questão parece residir no facto de a pessoa ter ou não emoções, sentir ou não a presença dos entes que estima, reconhecê-los, etc.
A essa pergunta só a ciência pode dar resposta. Mas, como em quase tudo na vida, como se dizia no “Erro de Descartes”, não há raciocínio sem emoção, logo também a ciência parece estar a ser emotiva neste caso.
Só me chateia solenemente que esta minha dúvida se aproxime das posições dos fanáticos religiosos que abomino.
E continuo com dúvidas.