quarta-feira, março 16, 2005

 

Aumentos de impostos

Já me referi a este tema quando o actual ministro das Finanças admitiu a destempo uma hipotética subida de impostos.
Volto de novo ao assunto, a propósito das declarações de Vítor Constâncio preconizando a subida dos impostos nos automóveis e combustíveis.
Assim apresentadas as coisas, o primeiro reparo que me merecem estas declarações é exactamente o mesmo que fiz relativamente ao ministro das Finanças: aumentar impostos é a receita simples, sendo que para esse tipo de actuação já nos bastou a Dra. Manuela Ferreira Leite.
Se falássemos de uma consignação de todos os impostos pagos pelo sector automóvel à rede viária, estaríamos no campo das boas medidas. Falar nessa receita fácil de lançar indiscriminadamente mais impostos sobre o condutor que, na maior parte dos casos, necessita do seu automóvel por não ter alternativa em termos de transporte público, então estamos a entrar no retrocesso a vários níveis.
Desde logo porque a diminuição do número de mortos em acidentes aconteceu sem que tenha havido redução do número de acidentes, o que significa que os veículos em circulação são mais modernos, logo têm mais meios de segurança passiva. O aumento do preço vai retardar a renovação do parque automóvel.
Mas também porque o preço relativo dos veículos e combustíveis em Portugal é mais elevado do que no resto da Europa, isto é, tomando em consideração a remuneração média do português.
Porque não aumentar apenas a taxa de Imposto Automóvel aos veículos de luxo? Àqueles que tiveram um aumento de vendas de 60% no ano passado?
Quem dá 75.000€ por um automóvel, pode dar mais 20.000 que não será por isso que deixarão de se vender.
É um pouco o velho lema: os ricos que paguem a crise.
Mas medidas cinzentonas destas, de quem aprendeu uma cartilha e não consegue utilizar a imaginação para sairmos deste baralhar e voltar a dar, isso não. O povo está demasiado sobrecarregado para lhe atirarem com mais agravamentos das condições de vida.

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