segunda-feira, março 21, 2005

 

As guerras de Socrates

Cá para mim, esta coisa de este governo andar a mexer em interesses instalados e em rotinas centenárias, vai-lhe valer várias guerras.
Primeiro foi a história dos medicamentos e dos infelizes donos de farmácias, como se esta medida fosse inédita a nível internacional.
Agora é a redução das férias judiciais para um mês, como os outros trabalhadores todos.
Parece que, pela tónica das intervenções, também vamos deixar de ser os lambe botas de estimação da administração americana e nem vamos voltar a ter um primeiro ministro tipo emplastro a ver se consegue ficar na foto, como foi o caso de Durão Barroso na cimeira dos Açores que decidiu a invasão do Iraque.
Que sacrilégio para a direita, esta coisa de nos recusarmos a ser um país com as cuecas rotas mas a tentar fazer figura de rico em missões de guerra, sem carácter humanitário, sempre os primeiros na linha da frente para acompanhar qualquer intervenção desde que desejada pelos donos do mundo.
E se Portugal deixar de participar em missões no estrangeiro, se se limitar às de carácter especificamente humanitário, perdemos o quê? A necessidade de gastar os nossos escassos recursos em armamento? Que chatice para a indústria de armamento internacional.
Já agora, será verdade que na mesma altura a Coreia do Sul comprou à mesma fábrica que nós dois submarinos mais modernos e mais baratos do que os do negócio de Paulo Portas?

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