quarta-feira, janeiro 26, 2005
Geração Rasca?
«Um inquérito sociológico, esta terça-feira publicado, revela que 86 por cento dos jovens portugueses não quer saber de grupos sociais, cívicos ou políticos. A explicação para esta fraca mobilização é simples: falta de interesse. É pelo menos o que afirmam 35 por cento dos inquiridos, enquanto 15 por cento queixa-se de falta de tempo.Um total de 51 por cento dos jovens portugueses diz que não pretende pôr a cruzinha para ajudar a decidir o futuro do país. Os mais novos consideram que existem coisas mais importantes para fazer no dia das eleições.»
Esta a juventude abstencionista que temos.
Já antes foi apelidada de geração rasca.
Eu diria que ela é o produto de uma gestão educacional, cultural e social rasca.
A não pensarmos assim, seremos obrigados a concluir que a juventude que temos é geneticamente diferente da nossa.
A primeira causa deste fenómeno deve ser procurada nos programas de ensino, nos currículos do ensino obrigatório.
Num país sem tradição democrática recente, a revolução de Abril trouxe-nos uma coisa chamada Introdução à Política. A ditadura tinha a sua Organização Política e Administrativa da Nação.
Extinta que foi a Introdução à Política, sem que tenha sido substituída por um equivalente, ficaram os nossos jovens à mercê dos lugares comuns, dos erros conceptuais dos nossos serviços noticiosos…
Têm da política (e não são só eles) a ideia de que é uma coisa que serve para uns tantos encherem os bolsos, subirem na vida ou trocarem favores.
Neste domínio, sabem o que não querem. Mas estão incapacitados de saberem o que querem.
Não lhes foi – nem é – fornecido um suporte teórico que lhes permita compreender que tudo o que é decidido em política os afecta, mais cedo ou mais tarde.
E não me digam que a política se aprende na prática: não há boas práticas sem um suporte teórico.
Sem uma disciplina que especificamente lhes forneça a cultura política básica para serem cidadãos por inteiro, com um sistema educativo que não promove hábitos de leitura e uma sociedade que promove a estupidificação e o rasteirismo intelectual (veja-se a programação televisiva) esperamos que os nossos jovens tenham apetência para o colectivo, o político e o social?
Esta a juventude abstencionista que temos.
Já antes foi apelidada de geração rasca.
Eu diria que ela é o produto de uma gestão educacional, cultural e social rasca.
A não pensarmos assim, seremos obrigados a concluir que a juventude que temos é geneticamente diferente da nossa.
A primeira causa deste fenómeno deve ser procurada nos programas de ensino, nos currículos do ensino obrigatório.
Num país sem tradição democrática recente, a revolução de Abril trouxe-nos uma coisa chamada Introdução à Política. A ditadura tinha a sua Organização Política e Administrativa da Nação.
Extinta que foi a Introdução à Política, sem que tenha sido substituída por um equivalente, ficaram os nossos jovens à mercê dos lugares comuns, dos erros conceptuais dos nossos serviços noticiosos…
Têm da política (e não são só eles) a ideia de que é uma coisa que serve para uns tantos encherem os bolsos, subirem na vida ou trocarem favores.
Neste domínio, sabem o que não querem. Mas estão incapacitados de saberem o que querem.
Não lhes foi – nem é – fornecido um suporte teórico que lhes permita compreender que tudo o que é decidido em política os afecta, mais cedo ou mais tarde.
E não me digam que a política se aprende na prática: não há boas práticas sem um suporte teórico.
Sem uma disciplina que especificamente lhes forneça a cultura política básica para serem cidadãos por inteiro, com um sistema educativo que não promove hábitos de leitura e uma sociedade que promove a estupidificação e o rasteirismo intelectual (veja-se a programação televisiva) esperamos que os nossos jovens tenham apetência para o colectivo, o político e o social?