quarta-feira, janeiro 12, 2005
Estratégia errada
As questões políticas são como o xadrez: quando se abrem as defesas é cheque ao rei pela certa.
Refiro-me à questão da viagem de Morais Sarmento e ao modo como a oposição e alguma imprensa a abordou.
Quero lá saber se o homem, ou qualquer outro titular de cargo público, aproveita uma viagem oficial para fazer uns dias de férias. Desde que cumpra os objectivos da viagem e não sobrecarregue o erário público com o seu lazer, não fico consternado.
O problema deve equacionar-se no plano da ética, do exemplo, se quisermos.
Pode (deve) um titular de um cargo político utilizar recursos públicos em benefício pessoal?
Mais ainda, na utilização dos recursos públicos, não deve utilizar-se a regra simples do bom senso e da razoabilidade das despesas?
Quando se continuam a exigir sacrifícios aos portugueses, quando o poder de compra e a qualidade de vida estão em queda, não seria de bom tom os titulares de cargos públicos darem o exemplo poupando?
O problema da viagem, tem que ver exactamente com a ideia que dela transparece, de que os governantes querem contenção de despesas mas não a aplicam a si mesmos.
O que Morais Sarmento deveria ter feito, não era apresentar o pedido de demissão que, aliás, sabia não ser aceite.
Deveria ter-nos convencido a todos, explicando, que utilizar um voo regular seria mais caro ou impraticável. Não o fez porque muito bem sabe que a viagem poderia ter ficado mais barata recorrendo a voos regulares.
Já agora, utilizando as regras do xadrez, não me venham falar das viagens do tempo do PS ou do Presidente da República, porque o princípio que se lhes deve aplicar é exactamente o mesmo: uma atitude não pode ser boa ou má consoante vem da esquerda ou da direita.
Não vale a pena, igualmente, falar das praxes em voga nos outros países europeus, porque só se pode comparar aquilo que é comparável. Situado na cauda da Europa, seria o mesmo que comparar a vida de Belmiro de Azevedo com a do Chico dos Anzóis.
Refiro-me à questão da viagem de Morais Sarmento e ao modo como a oposição e alguma imprensa a abordou.
Quero lá saber se o homem, ou qualquer outro titular de cargo público, aproveita uma viagem oficial para fazer uns dias de férias. Desde que cumpra os objectivos da viagem e não sobrecarregue o erário público com o seu lazer, não fico consternado.
O problema deve equacionar-se no plano da ética, do exemplo, se quisermos.
Pode (deve) um titular de um cargo político utilizar recursos públicos em benefício pessoal?
Mais ainda, na utilização dos recursos públicos, não deve utilizar-se a regra simples do bom senso e da razoabilidade das despesas?
Quando se continuam a exigir sacrifícios aos portugueses, quando o poder de compra e a qualidade de vida estão em queda, não seria de bom tom os titulares de cargos públicos darem o exemplo poupando?
O problema da viagem, tem que ver exactamente com a ideia que dela transparece, de que os governantes querem contenção de despesas mas não a aplicam a si mesmos.
O que Morais Sarmento deveria ter feito, não era apresentar o pedido de demissão que, aliás, sabia não ser aceite.
Deveria ter-nos convencido a todos, explicando, que utilizar um voo regular seria mais caro ou impraticável. Não o fez porque muito bem sabe que a viagem poderia ter ficado mais barata recorrendo a voos regulares.
Já agora, utilizando as regras do xadrez, não me venham falar das viagens do tempo do PS ou do Presidente da República, porque o princípio que se lhes deve aplicar é exactamente o mesmo: uma atitude não pode ser boa ou má consoante vem da esquerda ou da direita.
Não vale a pena, igualmente, falar das praxes em voga nos outros países europeus, porque só se pode comparar aquilo que é comparável. Situado na cauda da Europa, seria o mesmo que comparar a vida de Belmiro de Azevedo com a do Chico dos Anzóis.