domingo, dezembro 19, 2004
O poder da Opus Dei
Foto de Franz Thoma
Entrou ontem em vigor a “nova” Concordata entre Portugal e a Santa Sé.
Não me vou aqui debruçar, ponto por ponto, em relação àquilo que considero como cedências injustificadas da República Portuguesa face à Igreja. Analisemos apenas a questão da Universidade Católica.
“Reconhece-se na Concordata a especificidade da Universidade Católica”.
Por muito que me esforce, não consigo vislumbrar outra especificidade que não seja a que resulta de se tratar de um viveiro da Opus Dei.
Estamos perante uma instituição que, em si mesma, é um negócio altamente lucrativo e que tem como um dos pilares mestres da sua existência o lucro.
Considerada como “ensino concordatário” no estatuto do ensino superior, mais não é do que um concorrente desleal tanto das universidades públicas como, e principalmente, das privadas.
Tivesse a Católica como principal escopo o estudo e aprofundamento das questões religiosas ou mesmo a formação de agentes dessa religião e poderíamos conceder.
Mas os cursos que aí se promovem, à parte talvez um deles, são os mesmos que se encontram em diversas universidades por esse país fora.
Trata-se, sem sombra de dúvidas, de concorrência desleal, com a particularidade de ser promovida pelo próprio Estado Português que, ao que a Constituição estipula, ainda é uma República laica.
Continuamos e, pelos vistos, queremos continuar, a dar à Igreja uma importância que ela já não tem na sociedade portuguesa.
Sendo que esta actuação é perniciosa, na medida em que a Igreja portuguesa nunca se posicionou como um agente de mudança, antes como um agente de resistência, e de perpetuação de atitudes que bloqueiam o emparelhamento de Portugal com os restantes países da Europa.
É de subserviência que se fala, quando analisamos a posição de Portugal face à toda-poderosa Igreja.
E, daí, nada de bom poderá resultar.
Não me vou aqui debruçar, ponto por ponto, em relação àquilo que considero como cedências injustificadas da República Portuguesa face à Igreja. Analisemos apenas a questão da Universidade Católica.
“Reconhece-se na Concordata a especificidade da Universidade Católica”.
Por muito que me esforce, não consigo vislumbrar outra especificidade que não seja a que resulta de se tratar de um viveiro da Opus Dei.
Estamos perante uma instituição que, em si mesma, é um negócio altamente lucrativo e que tem como um dos pilares mestres da sua existência o lucro.
Considerada como “ensino concordatário” no estatuto do ensino superior, mais não é do que um concorrente desleal tanto das universidades públicas como, e principalmente, das privadas.
Tivesse a Católica como principal escopo o estudo e aprofundamento das questões religiosas ou mesmo a formação de agentes dessa religião e poderíamos conceder.
Mas os cursos que aí se promovem, à parte talvez um deles, são os mesmos que se encontram em diversas universidades por esse país fora.
Trata-se, sem sombra de dúvidas, de concorrência desleal, com a particularidade de ser promovida pelo próprio Estado Português que, ao que a Constituição estipula, ainda é uma República laica.
Continuamos e, pelos vistos, queremos continuar, a dar à Igreja uma importância que ela já não tem na sociedade portuguesa.
Sendo que esta actuação é perniciosa, na medida em que a Igreja portuguesa nunca se posicionou como um agente de mudança, antes como um agente de resistência, e de perpetuação de atitudes que bloqueiam o emparelhamento de Portugal com os restantes países da Europa.
É de subserviência que se fala, quando analisamos a posição de Portugal face à toda-poderosa Igreja.
E, daí, nada de bom poderá resultar.