quarta-feira, dezembro 15, 2004

 

Negócio Simulado

Quando se pretende lesar direitos de terceiros de boa fé ou “esconder” património, utiliza-se desonestamente o expediente do negócio simulado.
Algo de semelhante se está a passar com Santana e Portas: fazemos de conta que nada temos a unir-nos, apresentamo-nos separadamente e pode ser que se obtenha um duplo efeito.
Por um lado, o PP, livre para se apresentar como donzela imaculada, poderá aumentar a sua percentagem nas urnas.
Por outro, haverá sempre uns papalvos que os consideram como forças políticas separadas, não terão em conta que, numa eventual vitória do PSD, eles se irão reunir, e isso poderá amortecer a pancada que certamente o PSD levará.
Só de uma coisa os votantes do PSD se não poderão queixar: se no tempo de Durão Barroso não sabiam que se viria a criar a coligação que entretanto se formou, agora, ao contrário, sabem que ao votar Santana estão também a votar em Portas.
Ou seja, estão a votar num programa de intenções que terá de ser sintetizado com aquilo que Portas vier a impor a Santana e que este por certo aceitará, na sua ânsia de poder e de realização pessoal.
Santana não tem alternativa: perdido que foi o sonho da Presidência da República, resta-lhe tentar não se aleijar muito com os trambolhões que tem dado, porque o povo esquece depressa e até é capaz de, em Fevereiro, escolher mais do mesmo.

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