domingo, dezembro 12, 2004
Continuará a intoxicação?
O que verdadeiramente me espanta na política portuguesa, é o descaramento, o atrevimento de fazer de conta, em público, para um país inteiro ouvir.
A irresponsabilidade deste governo e da maioria que o suporta, não está tanto em não serem capazes de tomar medidas para resolver problemas, mas em não admitirem os problemas.
Contra todos os números, apoiando-se no balãozito de oxigénio que foi o Euro 2004, gritam a plenos pulmões que agora sim, agora estamos a crescer. Como se a sua tomada de posse tivesse sido um bálsamo para a economia, assim, por um acto de magia ou milagre de Fátima.
Esconder aos portugueses que a situação é grave e que, em cada dia que passa, se agrava ainda mais, é um acto de traição.
Governar para o dia seguinte, sem projectos de fundo, fazendo da guerrilha política uma ocupação a tempo inteiro, actuando para os resultados das sondagens, falando apenas no que se vai fazer (desmentido no dia seguinte pelos factos) e não no que se fez, só irá consolidar Portugal no último lugar da Europa.
Votar no PSD de Santana, sozinho ou em coligação, é votar na continuidade da irresponsabilidade, não só do que se diz mas também do que se faz. É votar numa atitude política que tem subjacente a ideia de que a vitória da argumentação demagógica é suficiente.
O que me preocupa é que, se um partido na campanha falar verdade aos portugueses, lhes fizer o retrato completo do presente e das medidas necessárias para criar um futuro sólido, irá ser castigado pelo eleitorado.
Porque, na realidade, existe uma central de intoxicação, e tem a sua sede no governo e nos partidos da maioria que não irão cansar-se de dizer que agora que isto estava a ficar bom é que os interromperam.
Resta saber se algum partido irá ter a coragem de dizer a verdade aos portugueses.
A irresponsabilidade deste governo e da maioria que o suporta, não está tanto em não serem capazes de tomar medidas para resolver problemas, mas em não admitirem os problemas.
Contra todos os números, apoiando-se no balãozito de oxigénio que foi o Euro 2004, gritam a plenos pulmões que agora sim, agora estamos a crescer. Como se a sua tomada de posse tivesse sido um bálsamo para a economia, assim, por um acto de magia ou milagre de Fátima.
Esconder aos portugueses que a situação é grave e que, em cada dia que passa, se agrava ainda mais, é um acto de traição.
Governar para o dia seguinte, sem projectos de fundo, fazendo da guerrilha política uma ocupação a tempo inteiro, actuando para os resultados das sondagens, falando apenas no que se vai fazer (desmentido no dia seguinte pelos factos) e não no que se fez, só irá consolidar Portugal no último lugar da Europa.
Votar no PSD de Santana, sozinho ou em coligação, é votar na continuidade da irresponsabilidade, não só do que se diz mas também do que se faz. É votar numa atitude política que tem subjacente a ideia de que a vitória da argumentação demagógica é suficiente.
O que me preocupa é que, se um partido na campanha falar verdade aos portugueses, lhes fizer o retrato completo do presente e das medidas necessárias para criar um futuro sólido, irá ser castigado pelo eleitorado.
Porque, na realidade, existe uma central de intoxicação, e tem a sua sede no governo e nos partidos da maioria que não irão cansar-se de dizer que agora que isto estava a ficar bom é que os interromperam.
Resta saber se algum partido irá ter a coragem de dizer a verdade aos portugueses.